Confiança
Cadeia produtiva da carne não deve ser “demonizada” após operação da PF, diz Nilson Leitão
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (MT), participou no domingo de reunião no Palácio do Planalto para discutir as consequências da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira. Para o tucano, os problemas foram pontuais e a cadeia produtiva não deve ser demonizada. “O Brasil tem 4837 unidades de processamento animal e apenas 21 estão citados na operação. Não há porque demonizar este setor que gera muito emprego, segura a balança comercial e gera muita renda para o País. Vamos defender o nosso produtor e a nossa produção”, disse.
A reunião com o presidente Michel Temer contou também com a presença dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Eduardo Rangel, além de representantes do setor como os presidentes da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antonio Camardelli, da ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal), Francisco Turra e o presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), João Martins.
Durante a discussão ficou evidente a preocupação do governo brasileiro, sobretudo com os reflexos no mercado externo. O presidente Michel Temer disse que algumas medidas tomadas de forma emergencial para tentar minimizar os efeitos, como a punição dos fiscais flagrados em conduta ilegal, fechamento das três unidades e a determinação para aumentar o rigor na fiscalização.
Michel Temer também se reuniu com embaixadores e representantes de países que importam carne brasileira. Ele prometeu acelerar o processo de auditoria sobre os 21 frigoríficos citados na investigação e disse que as plantas frigoríficas exportadoras estão abertas para inspeção dos países importadores.
Na saída do Planalto, questionado sobre a possibilidade de uma CPI para investigar o caso, Nilson Leitão disse não acreditar que haja necessidade. “Sou a favor da investigação, que se aprofunde, que dê celeridade, mas não podemos fazer disso uma guerra, um palanque político”, afirmou.
No sábado, a entidade presidida pelo tucano divulgou uma nota a respeito da operação. Confira abaixo a íntegra:
Nota oficial
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vem a público para reiterar sua confiança no setor brasileiro de proteína animal, mas solidariza-se e apoia a ação da Polícia Federal que mostrou irregularidades no controle sanitário das carnes comercializadas nos mercados interno e externo. É preciso, porém, que o Executivo seja enérgico em punir os responsáveis por práticas como essa que se verifica agora, não devendo compactuar em hipótese alguma com qualquer desvio de conduta.
A FPA lembra que os rebanhos bovino, suíno e de aves são rigorosamente fiscalizados com eficiente controle sanitário reconhecido no mundo inteiro. É conveniente esclarecer ainda que as leis ambientais e sanitárias brasileiras são as mais rigorosas desde a criação dos animais até o produto final nas gôndolas dos supermercados. Esclarece ainda que o procedimento de 33 fiscais não deve comprometer o trabalho de 3 mil servidores do Ministério da Agricultura. Isso sem contar os profissionais dos próprios frigoríficos que atendem aos mercados interno e externo. Infelizmente, não estamos livres de fatos isolados como esse ocorrido no Paraná.
Diante desse desagradável cenário, é intenção da FPA, integrada por diversos partidos, debater esse assunto em uma audiência pública com representantes do segmento e da sociedade civil no Congresso Nacional. Dessas discussões poderá resultar um novo modelo de controle sanitário em nosso país. Nesse sentido, podemos buscar modelos eficientes já adotados em outros países com vistas a aperfeiçoar o controle sanitário dos alimentos.
Deputado Nilson Leitão
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)
(Da assessoria do deputado/Arte: Planalto.gov.br/Áudio: Hélio Ricardo)
Deixe uma resposta