Primeiro fôlego


Retomada da economia terá sustentação com aprovação de reformas, avaliam tucanos

Deputados do PSDB comemoram os primeiros sinais de recuperação da economia e defendem cautela em relação aos números. Para os tucanos, apesar dos indícios de melhora, somente a aprovação de reformas e a adoção de medidas de austeridade em médio e longo prazo poderão recolocarPicMonkey Collage o país definitivamente nos trilhos do crescimento.

Diante da retomada da atividade econômica, o governo refez suas contas e encontrou margem para uma certa folga na administração do Orçamento da União no início deste ano. Na prática, o contingenciamento de R$ 50 bilhões, previsto inicialmente, deve ser, na realidade, de R$ 30 bilhões.  

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 “Uma crise enorme foi herdada, mas os primeiros sinais positivos começam a aparecer, como a queda da taxa de juros”, afirmou o deputado Eduardo Cury (SP) em entrevista ao Conversa com os Brasileiros. Tal queda deve continuar, como indica a ata da última reunião do Copom, divulgada neta quinta-feira (2). No último dia 22, o comitê anunciou o quarto corte seguido na taxa Selic: redução de 0,75 ponto percentual, passando de 13% ao ano para 12,25% ao ano. A expectativa é de que os próximos cortes sejam ainda maiores.

Para Cury, o principal desafio agora é a recuperação dos empregos, que virá com a somatória de uma série de esforços em prol da economia. Ele alerta para a necessidade das reformas, sem as quais a recuperação econômica não terá êxito.  “Defendo a reforma da Previdência, a modernização das leis trabalhistas e uma reforma tributária que simplifique a carga para o trabalhador e para quem quer contratar. Além de uma reforma política para dar mais transparência ao processo. Sem superar esses desafios não conseguiremos atravessar essa ponte”, aponta.

As medidas que vêm sendo adotadas pelo governo já surtem efeitos. A projeção de inflação do Copom para 2017 caiu em relação à estimativa prevista em janeiro e ficou em torno de 4,2%, abaixo do centro da meta de 4,5%. Para o próximo ano está ao redor de 4,5%. Outro indicador mostra que a inflação medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) desacelerou em fevereiro: teve variação de 0,31%, taxa 0,09 ponto percentual inferior à registrada na última apuração, referente à terceira prévia do mês (0,4%).

No final de fevereiro, em audiência pública na Câmara, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a recessão acabou e o país entrou na rota do crescimento econômico.

O deputado Fábio Sousa (GO) vê os primeiros sinais de recuperação da economia com otimismo, porém, defende bastante cautela. Para ele, o fato de o governo pensar em um contingenciamento menor neste ano é importante para o país e um bom indicativo, mas ainda há muito o que se fazer. “Essa é uma boa notícia. Podemos vislumbrar um cenário melhorado nos próximos anos, mas é preciso ter muita cautela”, disse.

O deputado avalia que os 13 anos de governo petista foram desastrosos para a economia nacional, sobretudo os últimos seis anos. A recuperação, para ser real, leva tempo. “Por isso, vamos ter que trabalhar muito e por muitos anos”, alerta.

Na avaliação de Sousa, as medidas austeras terão que ser muitas, assim como as reformas. Ele acredita que os seis anos de governo Dilma representaram um retrocesso de 60 anos para o Brasil. “Então não vai ser tão fácil se recuperar das medidas que ela tomou. A questão do emprego é a principal e por isso defendo uma reforma trabalhista. As medidas contra o desemprego devem ser as principais e para isso é preciso aquecer a economia”, aponta.

Segundo apurado pela Folha, a arrecadação do governo continuou caindo nos últimos meses, mas em ritmo mais lento a cada mês. Em janeiro, a queda foi de 2,6%, e espera-se melhora em fevereiro. Internamente, os economistas do governo reviram suas projeções para o crescimento do país neste ano, de 0,5% para 0,7%, voltando a se aproximar da projeção oficial da Fazenda, de 1%, que foi elaborada no ano passado.

A equipe econômica aposta que a confiança dos investidores aumentará com o avanço da reforma da Previdência, essencial para o funcionamento do teto criado no ano passado para manter sob controle os gastos federais.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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2 março, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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