Defesa cega da companheirada
Para deputado, é vergonhosa defesa de soltura de petistas presos na Lava Jato
A defesa feita pelo PT de soltura dos “companheiros” presos na Operação Lava Jato é vergonhosa e absurda. A avaliação foi feita pelo deputado Marco Tebaldi (SC) nesta quarta-feira (1º). O tucano criticou o teor de artigo assinado pelo presidente nacional da sigla, Rui Falcão, no qual afirma que os presidiários José Dirceu, Vaccari Neto e Antonio Palocci deveriam estar fora da cadeia.
O texto assinado por Falcão e divulgado pelo PT minimiza a condenação imposta a Dirceu de 20 anos e 10 meses de prisão por envolvimento na roubalheira desvendada pela Operação Lava Jato e as três condenações sofridas por Vaccari, que, somadas, ultrapassam 34 anos. Para o presidente petista, os dois companheiros, assim como Palocci, já ficaram tempo demais enclausurados. Lembrando que Dirceu era conhecido como o “capitão do time” de Lula e também havia sido condenado pelo STF no escândalo do mensalão.
“É hora de cessar a parcialidade nos julgamentos, dar um fim à perseguição política promovida por certos juízes e procuradores e libertar Vaccari, Dirceu e Palocci”, esbraveja Rui Falcão em seu artigo. Para sustentar sua tese, o petista se baseia em decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal de mandar soltar o ex-goleiro Bruno, um dos acusados pela morte da modelo Eliza Samúdio.
COMPARAÇÃO SEM SENTIDO
Para Marco Tebaldi, a comparação feita pelo petista não faz nenhum sentido, pois são situações completamente distintas. O tucano afirma que é absurdo pensar que personagens do maior escândalo de corrupção já desvendado no Brasil fossem soltos sem cumprir as penas impostas pela Justiça. O parlamentar afirma que, como presidente do partido, Rui Falcão deveria dar exemplo de ética e moral, mas faz exatamente o contrário. Para ele, fica evidente que o partido não faz a mínima questão de combater a corrupção e prefere defender corruptos.
“O que temos visto, ao longo do tempo, é que o PT defende a corrupção e os corruptos. E, nesse caso, ainda defende a soltura dos presos. É absurdo. Isso só comprova que falam uma coisa e fazem outra. A vida inteira disseram que defendiam o trabalhador, mas na verdade, exploraram os trabalhadores. Diziam que era contra banqueiros, mas defendem as benesses dos banqueiros. Quanto à corrupção, não fogem à regra”, apontou.
De fato, a postura do presidente do PT contradiz completamente o falso discurso de que combatem a corrupção. Em março de 2015, por exemplo, o partido divulgou um manifesto no qual dizia ser “a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir corruptos e corruptores, nos marcos do Estado Democrático de Direito”. O texto dizia ainda que, “caso qualquer filiado do PT seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas fileiras”. Pelo jeito, tal atitude ficou mesmo só no papel ou só serve se for para adversários do PT.
(Reportagem: Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola e Conversa com Brasileiros)
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