Projeto de nação
Em reunião com parlamentares, governo reforça necessidade de reforma da Previdência
Em reunião com a presença de deputados do PSDB nesta terça-feira (21), o presidente Michel Temer reforçou a necessidade de se reformar a Previdência Social para evitar o colapso do sistema de pagamento de aposentadorias e benefícios sociais. No encontro realizado no Palácio do Planalto com a participação de parlamentares e ministros, inclusive integrantes titulares do PSDB na comissão especial destinada a proferir parecer à proposta – Eduardo Barbosa (MG) e Marcus Pestana (MG) -, além do líder Ricardo Tripoli (SP), Temer afimrou que a proposta procura solucionar o déficit da Previdência para não comprometer o pagamento do benefício no futuro e não prejudicar os programas sociais.
AMPLO DEBATE
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, participou do encontro e afirmou que tanto o Executivo quanto o Legislativo estão determinados em levar a reforma adiante. Segundo ele, a mudança nas regras previdenciárias é essencial, principalmente tendo em vista as propostas já aprovadas, como a PEC do Teto de Gastos. “Sem ela, perde muito sentido o que está sendo realizado”, alertou o tucano, que é deputado federal licenciado.
Durante a reunião, o presidente Michel Temer afirmou que a intenção do governo federal para os próximos dois anos é deixar o país “inteiramente reformulado”. Ele ressaltou que o governo busca resultados que sejam duradouros para a população e que serão reconhecidos mais tarde. As medidas que vêm sendo adotadas pelo governo têm ajudado a retomar a confiança do país e a melhorar a qualidade de vida da população, como a reforma do ensino médio e o teto dos gastos públicos.
Na avaliação de Barbosa, o presidente reafirmou a importância da reforma da Previdência como parte de um projeto de nação. O tucano afirma que os diálogos em curso entre Planalto e Congresso visam fazer com que a base do governo tenha uma compreensão maior sobre todos os tópicos previstos na proposta de reforma, buscando realmente aglutinar todos os esforços para que isso possa acontecer e para que a população compreenda com exatidão o significado de cada item.
“Foi um debate interessante e que contou ainda com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que expôs os avanços que o país já teve nesse período de governo, com diversas questões já foram aprovadas e que trouxeram um alento para a recuperação da economia brasileira, como o controle da inflação”, explicou o deputado.
Barbosa disse ainda que a reunião, além de positiva, demonstrou a posição do presidente de estar dialogando de forma transparente com o Congresso Nacional. Para o tucano, apesar de o governo defender a aprovação de um texto o mais próximo possível do que foi enviado ao Parlamento, é possível que, ouvidas as entidades envolvidas e a sociedade, haja margem para negociação. “Provavelmente cada ponto precisa ser bem identificado, aprofundado e, se necessário, vai haver aprimoramento”.
Para Marcus Pestana, a reforma da Previdência não é uma questão de governo, mas de Estado. O parlamentar acredita que mesmo enfrentando situação difícil, o governo está propondo uma agenda correta de mudanças que vão ao encontro das necessidades da sociedade brasileira.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
À tarde, os tucanos participaram de mais uma audiência na comissão especial. No debate, o colegiado ouviu representantes de centrais Sindicais, do Dieese, do Ipea e do INSS.
Reforçando a necessidade da reforma, o coordenador de Providência do Ipea, Rogerio Nagamine, disse que a trajetória do déficit previdenciário é insustentável e uma das principais distorções seria a possibilidade de aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima. Segundo ele, o mecanismo beneficia pessoas de maior renda.
Já o presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Leonardo Gadelha, em 2060 quase 34% da população terá mais de 60 anos, contra os 10% atuais. O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, defendeu transparência e calma na discussão da reforma e concordou com a proposta do governo no que se refere a uma maior aproximação entre as regras do sistema geral e as dos servidores públicos.
(Reportagem: Djan Moreno/foto: Marcos Corrêa/PR)
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