Inquérito da PF

Tentativa de petistas de obstruir a Justiça é fato gravíssimo, avalia Caio Narcio

A Polícia Federal concluiu que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e o ex-ministro Aloizio Mercadante atuaram para obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Para o deputado Caio Narcio (MG), o inquérito concluído pela Polícia Federal evidencia o nível de envolvimento do PT com o escândalo de corrupção e o descaso do então governo federal com os brasileiros.

“São fatos gravíssimos e que demonstram a maneira como foi tratado o poder público no período em que o PT governava. São pessoas chave do projeto do Partido dos Trabalhadores: estamos falando de ex-presidentes e ex-ministro. Quer dizer, é algo muito grave e que precisa ser apurado. Com essa etapa, com a manifestação da Polícia Federal, a gente espera que se possa ter uma manifestação da Justiça quanto a isso em breve”, destacou o tucano.

“Estamos falando de acusações sérias: obstrução de Justiça, utilizar o poder que lhe é servido para atrapalhar o andamento de investigações, tráfico de influência. Tudo isso é muito grave, mas não é nenhuma surpresa para quem conhece o modus operandi do PT”, completou o parlamentar tucano.

No inquérito finalizado e enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (16), a PF sugere que os três petistas sejam denunciados criminalmente pelos crimes de obstrução de Justiça e, no caso de Mercadante, tráfico de influência.

Como nenhum dos três réus possui foro privilegiado, o pedido dos investigadores é para que eles respondam ao processo na primeira instância da Justiça, onde o caso é conduzido pelo juiz federal Sergio Moro. A decisão caberá ao relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin.

Apesar de não ter indiciado Lula, Dilma e Mercadante oficialmente, a PF entendeu que as informações enviadas e colhidas sustentam um eventual indiciamento futuro, já que “o conjunto probatório é suficiente”. Ao nomear o ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil no ano passado, por exemplo, em uma tentativa de garantir foro privilegiado ao investigado, a então presidente Dilma teria conscientemente provocado “embaraço ao avanço da investigação”.

Já o ex-ministro Mercadante é acusado de tráfico de influência por conta de uma gravação em que aparece oferecendo ajuda ao ex-senador Delcídio do Amaral em troca do seu silêncio. Segundo o relatório da PF, “a pretexto de desestimular o acordo de colaboração premiada de Delcídio do Amaral”, o petista teria utilizado de seu “prestígio para costurar uma ‘saída’ junto ao Senado Federal”.

Ex-líder do governo petista, Delcídio foi, ironicamente, preso pelo mesmo crime: ofereceu dinheiro ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para evitar que ele fechasse um acordo de delação premiada com o Ministério Público.

(Da redação com Agência PSDB/ foto: Alexssandro Loyola)