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Tucanos apontam desafios do agronegócio e ressaltam papel do setor para recuperação da economia
A agropecuária será um dos pilares para o crescimento do Brasil em 2017, como mostram dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A expectativa do órgão é que o país tenha uma safra recorde de grãos, com 219,1 milhões de toneladas. O setor deve faturar R$ 545,9 bilhões, 2,9% a mais que no ano passado. Tucanos reconhecem a importância do setor e apontam gargalos a serem superados para o agronegócio se fortalecer ainda mais.
O deputado Domingos Sávio (MG) afirma que a atividade produtiva rural tem segurado e dado estabilidade econômica ao país e, por isso, precisa ser mais valorizada. “A agropecuária merece o reconhecimento e o respeito do conjunto da sociedade brasileira. Mesmo a maioria da população vivendo nas cidades, é do campo que vem o suporte à economia nacional”, apontou o tucano, que integra a Frente Parlamentar da Agropecuária, presidida pelo deputado Nilson Leitão (MT).
MAIS PRODUTIVIDADE
Do total que será obtido no ano, 66,8% vem das lavouras e 33,2% da pecuária. Entre os produtos para os quais se esperam bom desempenho estão algodão herbáceo, com aumento real de 14,9%; amendoim (+25,9%); banana (16,5%); feijão (38%); milho (33%); fumo (22,2%); soja (5,7%); e uva (30,3%). Na pecuária, o melhor desempenho vem sendo observado em carne suína, leite e ovos – produtos que mostram uma melhora nos preços e devem influenciar o faturamento favoravelmente.
Conforme explica Sávio, a cadeia agropecuária é extremamente produtiva. “Começa lá no preparo do solo, envolve os insumos agrícolas, o transporte do alimento produzido, o beneficiamento e distribuição, com milhões de empregos sendo gerados não só no campo, mas nas cidades, pois é algo que se espalha”, ressaltou.
Reportagem da “Folha de São Paulo” publicada no domingo mostra como cidades de todos os portes sentem o impacto positivo que a agropecuária em alta acaba causando. Diante do bom momento, o produtor rural coloca seus compromissos em dia, as instituições financeiras oferecem mais créditos e os investimentos tendem a crescer. O setor de máquinas agrícolas vendeu 75% mais neste janeiro em comparação com mesmo período do ano passado. Já a indústria de adubos espera repetir o recorde de vendas de 2016.
PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE
Apesar de todos os efeitos positivos que o agronegócio gera no campo e nas cidades, o deputado do PSDB afirma que, infelizmente, “há setores que tratam o produtor rural como um bandido”. Isso acontece, segundo ele, porque há muitos equívocos na questão ambiental, quando na verdade o produtor é o guardião do meio ambiente e tem, cada vez, mais consciência de que, se não preservar os recursos naturais, deixará de ter como produzir.
O parlamentar defende que haja mais investimentos em infraestrutura e logística, e o fim das burocracias que prejudicam os negócios do campo. Ele alega que o pequeno produtor sofre com a burocracia e algumas vezes ainda é maltratado pelos órgãos públicos.
“Defendo que tenhamos mais respeito por aqueles que se beneficiam da produção rural, ou seja, todos nós brasileiros. Ao anunciarmos que a economia em 2017 mais uma vez vai depender dos excelentes resultados da agropecuária para ter um resultado pelo menos razoável, mais uma vez vemos que o Brasil está tendo o que chamamos de âncora verde”, destacou o tucano. O termo âncora verde diz respeito à capacidade da produção agropecuária de segurar os preços dos alimentos e, consequentemente, os índices inflacionários.
Em artigo publicado no mesmo jornal, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destaca que a agricultura tem sido a salvação da lavoura da combalida economia brasileira e vai repetir o feito em 2017, evitando que o país feche o terceiro ano consecutivo sem crescer.
Alckmin afirma que neste ano, “o gigante da produção de alimentos vai rugir”. No entanto, o governador chama atenção para a necessidade de avanços para o setor: infraestrutura e logística competitivas, política de seguro agrícola, simplificação tributária e trabalhista, qualificação da mão de obra, inovação, desburocratização e ações de curto prazo, como aumento e pulverização do crédito agrícola.
O estado governado por Alckmin é aquele no qual produtores e exportadores têm a melhor infraestrutura de logística e transportes do país e a mão de obra mais qualificada, resultado da concentração de universidades e da melhor rede de escolas técnicas (Etecs) e faculdades de tecnologia (Fatecs), implantadas ao longo dos sucessivos governos tucanos.
Tucano assumiu Frente Parlamentar
O deputado Nilson Leitão assumiu na última terça-feira a presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O tucano elencou como prioridades a busca por segurança jurídica para o produtor e avanços nas áreas trabalhista e ambiental.
O presidente Michel Temer esteve na solenidade de posse do tucano e reforçou a importância da FPA. Já o deputado do PSDB destacou a ampla pauta que interessa ao setor ruralista em 2017. “Temos a logística, a legislação trabalhista e a própria legislação ambiental. São muitos temas que precisam ser debatidos, mas o principal desafio é tirar aquela ideia do ‘nós contra eles’, do pequeno contra o grande, do negro contra o branco ou do índio contra o produtor”, garantiu Leitão.
A FPA congrega mais de 200 parlamentares de diversos partidos e atua em defesa de projetos de interesse do agronegócio. Além de Leitão, integram a direção da FPA, os tucanos Shéridan (RR) e Raimundo Gomes de Matos (CE), coordenadora de Minorias e vice-presidente Nordeste, respectivamente.
(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)
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