Relações exteriores
Hauly manifesta expectativa positiva com resultados da visita de presidente argentino ao Brasil
Marcada para esta terça-feira (7), a visita do presidente argentino Maurício Macri ao Brasi, tem uma pauta objetiva de melhora do comércio bilateral, notadamente a revisão do tempo para emissão de licenças não automáticas de exportação de produtos nacionais para a Argentina, o que hoje é considerado um dos maiores obstáculos aos exportadores brasileiros. Os produtos listados nessa lista demoram cerca de 60 dias para serem liberados.
INTERESSES CONVERGENTES
Desde o ano passado os dois governos buscam construir uma agenda conjunta que inclui o fortalecimento do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul). A simplificação da burocracia e a inserção de tecnologia é um passo que está sendo perseguido. Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), que ocupou o cargo de vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara em 2016, a visita de Macri se reveste de importância em função da convergência de interesses dos dois países.
“A Argentina é um parceiro histórico do Brasil, e agora com Macri e Temer no governo, haverá maior entendimento e muitas pendências poderão ser resolvidos”, disse o deputado. Também estão na pauta do debate comércio e investimentos, segurança nas fronteiras, integração e desenvolvimento fronteiriço, ciência e tecnologia e defesa.
Esse ano os dois países ocuparão o cargo de presidentes do Mercosul: a Argentina, que acaba de assumir, e o Brasil no segundo semestre. Uma das metas é estender as prioridades para o espírito original do Mercosul: livre mercado e democracia. Isso significa o fortalecimento das relações intra-Mercosul e abertura comercial para outros países fora do bloco, sobretudo diante da postura protecionista recém assumida pela China e Estados Unidos, principais parceiros econômicos do Brasil.
Terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas de China e Estados Unidos, a Argentina é o e o principal destino de produtos manufaturados brasileiros. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o volume de exportações brasileiras ao país vizinho cresceu 181% entre 2003 e 2015. Para Luiz Carlos Hauly, Brasil e Argentina também devem buscar relações independentes com outros países, fora do Mercosul.
“Espero que os dois se sentem, cheguem a um entendimento e que haja mais autonomia em cada país para se relacionar com o mundo, além de melhorar as relações bilaterais Brasil e Argentina, independentemente do Mercosul”, acrescentou.
Dois grandes desafios para melhorar esse quadro passam por uma recuperação econômica dos dois países. Os principais pontos da agenda hoje são a cooperação estratégica e uma coordenação microeconômica que possibilitasse o aumento da participação das duas economias no comércio internacional. Hoje, o Brasil tem uma fatia de 1,2% e a Argentina, algo perto disso.
Na visita oficial, as autoridades também vão abordar o tema segurança nas fronteiras. Desde o lançamento do Plano Nacional de Segurança, o chanceler José Serra e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, vêm se reunindo com representantes de países vizinhos para debater sobre o combate ao tráfico de drogas e armas.
Além da visita ao presidente Michel Temer pela manhã, o presidente argentino será recebido pelos presidentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
(Reportagem: Ana Maria Mejia)
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