Pauta prioritária
Deputados do PSDB-PE defendem reforma da previdência que faça “justiça” com o trabalhador
Prevista para ser aprovada na Câmara dos Deputados já no primeiro semestre deste ano, de acordo com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a reforma da previdência conta o apoio dos deputado federais do PSDB de Pernambuco – Betinho Gomes e Daniel Coelho -, mas ambos entendem que o texto precisa ser melhor debatido com a sociedade e que faça justiça com o trabalhador.
Betinho reconhece como “inadiável” esse debate, mas admite que o texto enviado à Câmara é “muito duro” e depende de ajustes que ao mesmo tempo em que atende ao equilíbrio das contas públicas não penalize apenas os aposentados.
“Vamos enfrentar agora esse debate. Não é uma questão simples. Pessoalmente considero a reforma apresentada pelo governo bastante dura. Alguns pontos merecem ser discutidos e é o que vamos fazer para que possamos chegar a um texto que atenda as necessidade mais emergenciais da previdência, mas sem sacrificar ainda mais os vão se aposentar. É uma reforma necessária sim, mas vamos discutir o tamanho e a intensidade dela para termos um texto que atenda ao equilíbrio das contas, mas que a conta não fique apenas para os aposentados. Temos de discutir essa reforma com a sociedade. Não dá para fazer na pressa, de qualquer jeito, o governo tem de ter a sensibilidade de convencer a opinião pública e aprovar o que for possível”, alertou o tucano.
O pernambucano Daniel Coelho também entende a urgência e polêmica que giram em torno da reforma da previdência. E acredita que o fato de o país ter um presidente da República sem pretensões políticas ajudará muito o governo a encarar essa discussão. Para ele, a Câmara precisa enfrentar o tema agora, do contrário o país não oferecerá condições de aposentadoria à maioria dos brasileiros.
“Temos um sistema completamente falido, com duas ou três classes de brasileiros com fortes privilégios, enquanto a grande maioria em condições deploráveis. Hoje a grande maioria da população brasileira paga muito e tem poucos direitos ao se aposentar. Enquanto há minorias que pagam pouco, por pouco tempo, e ganham muito muito rápido. Temos que discutir todos os servidores públicos, todas as diferenças, as aposentadorias especiais”, defendeu.
Na avaliação de Daniel, o debate sobre previdência “é muito mais sobre privilégios do que sobre qualquer outro aspecto”. “Se analisarmos a situação hoje de uma assalariado, que recebe um salário mínimo, a vida dele não é deficitária com a previdência. O que ele paga tem direito a receber. O problema é que ele está pagando por ele e por muitos outros que detém privilégios, que pagam por menos tempo e têm aposentadorias integrais. Então há uma conta hoje no Brasil que é errada. Ao longo dos tempos o corporativismo foi criando esses privilégios e a gente está com essa bomba estourada em nossas costas. O desafio é conseguirmos fazer uma reforma que quebre privilégios sem cometer injustiças. Não podemos penalizar os mais pobres, os que ganham menos, aqueles que estão sempre pagando a conta dos demais. Esses não podem sair prejudicados. Precisamos encontrar um modelo que faça justiça”, disse o parlamentar.
(Do PSDB-PE, com alteração)
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