Quadro delicado


Otavio Leite lamenta múltiplas crises no Rio e atua com bancada federal para enfrentar dificuldades na economia

“O Rio não merecia estar passando por esse somatório de crises financeira, política e ética”. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (17) o deputado Otavio Leite (RJ) ao se referir ao delicado quadro enfrentado pelo terceiro estado mais populoso do país, com mais de 16 milhões de habitantes. O tucano vem atuando junto com a bancada federal na articulação de medidas importantes para enfrentar a delicada situação financeira local.  “Vivemos no estado uma realidade cruel, com governo estadual quebrado e escândalos que não cessam. Mas é preciso enfrentar essa situação”, destacou.

ROYALTIES DO PETRÓLEO

Uma das ações da bancada no âmbito federal é a luta pela revisão do cálculo de royalties do petróleo. Nesta quinta, os deputados se reuniram com o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, para debater o assunto. De acordo com estimativas do governo do Rio, a mudança pode render mais R$ 2 bilhões por ano aos cofres estaduais.

“A atual regra é pré-histórica, anterior à era do pré-sal. Estamos atentos e, de maneira unificada, batalhando para que essa questão seja resolvida”, apontou. A revisão está em consulta pública na Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O tucano alertou que outros estados caminham para o que chamou de “precipício das finanças”. “É preciso mexer em regras estruturantes: fazer a Reforma de Previdência e reorganizar o sistema tributário, além de acabar com guerra fiscal entre os estados”, defendeu o parlamentar, para quem  a crise impõe uma dedicação absoluta na busca de saídas, com sacrifícios para todos. 

Na quarta, 24 integrantes da bancada estiveram com o governador Luiz Fernando Pezão na capital carioca. No âmbito estadual, o Executivo enviou ao Legislativo uma série de medidas para buscar o equilíbrio das contas estaduais. No mesmo dia, servidores tentaram, sem sucesso, invadir a Alerj.

Ao analisar as causas que levaram o Rio à crise econômica, Otavio Leite disse que o estado é o que mais sofre com a queda das atividades no setor do petróleo. Alvo de um grave escândalo de corrupção no governo do PT e sediada na capital do estado, a Petrobras é um dos símbolos da crise. O tucano lembrou, por exemplo, que R$ 22 bilhões foram aplicados no Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, mas até agora nem um litro de petróleo foi refinado lá. Além disso, a crise econômica nacional, outra herança maldita petista, também produz reflexos no Rio.

EX-GOVERNADORES PRESOS

Em relação à crise política, simbolizada pela prisão de dois ex-governadores, Otavio Leite disse os recentes acontecimentos mostram como o país está mudando. “A vida pública não comporta erros, infrações ou erros de conduta. Esses são pressupostos que foram ofendidos pelos ex-governadores”, declarou.

Na quarta, o secretário de Governo de Campos dos Goytacazes e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi preso no âmbito da Operação Chequinho, que apura o uso do programa social Cheque Cidadão para compra de votos na cidade em 2016. No dia seguinte, Sérgio Cabral também foi parar atrás das grades. Ele é suspeito de ter recebido milhões em propina para fechar contratos públicos. A operação da qual ele é alvo apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.

(Reportagem: Marcos Côrtes/foto: Alexssandro Loyola)

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17 novembro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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