Ação extrema


Para tucanos, invasão do plenário da Câmara é ataque à democracia

Vidro em frente ao Plenário foi destruído pelos manifestantes.

Porta de vidro em frente ao Plenário foi destruído pelos manifestantes.

Deputados do PSDB condenaram a invasão do plenário da Câmara, ocorrida nesta quarta-feira (16). Por volta das 15h30, manifestantes de extrema-direita, em defesa de bandeiras como a intervenção militar, entrou no recinto e tomou conta da Mesa Diretora, paralisando os trabalhos. A sessão do Congresso marcada para as 17h foi cancelada.

A Polícia Legislativa desocupou o plenário três horas depois. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, determinou que todos os invasores fossem presos. Os manifestantes quebraram uma porta de vidro que dá acesso ao Plenário. Foram todos identificados e deverão ser indiciados pelos crimes cometidos.

A deputada Geovania de Sá (SC) foi uma das últimas a discursar antes da invasão. Segundo ela, nada justifica a lamentável ação. “Acabando meu pronunciamento em relação ao HMISC-Criciúma, invasores entram pelos corredores. Vergonha! Estou muito triste. Caminhamos tanto para chegar até aqui, sabemos dos problemas que o país vive, mas nada justifica esta invasão”, declarou.

GRAVE E INACEITÁVEL

O deputado Betinho Gomes (PE) criticou a invasão no momento em que os deputados discursavam à espera de quórum para o início da Ordem do Dia. O tucano relatou que houve agressões dos invasores a assessores de partidos. Para o parlamentar, o ocorrido é “uma pequena amostra do clima radical que toma conta do país”.

“É preocupante e serve de alerta. Estamos voltando à era dos extremos”, disse Betinho, voltando a defender que a reforma política em discussão na Casa pode reaproximar a população do Congress. “Sem um Parlamento altivo, não se tem democracia. O Brasil começa a viver uma era perigosa de extremos, esquerda e direita radicais ganham força. Isso é fruto do fracasso do sistema político. Ou se muda nosso sistema político, para recuperar a confiança da sociedade, ou podemos viver soluções que pode variar de Maduro a Trump”, alertou.

O deputado Carlos Sampaio (SP) disse que sempre apoiou movimentos sociais que, pacificamente, levam suas propostas ao Congresso. “Agora, não posso concordar que manifestantes pró-intervenção militar invadam o plenário da Câmara com violência, reivindicando o fechamento do Congresso e gritando palavras de ordem a favor da ditadura. Sei que muitos são aqueles políticos que não correspondem às expectativas da sociedade, mas não podemos tolerar esse tipo de truculência, ainda mais quando este movimento afronta a democracia! Não é assim que vamos mudar o país!”, alertou.

Já o deputado Sílvio Torres (SP) avaliou a invasão como “inadmissível”. Na avaliação do deputado Rogério Marinho (RN), os manifestantes protagonizaram uma “cena lamentável” na Casa de “forma truculenta”. “Repudio qualquer forma autoritária de governo de esquerda ou direita. Sufocação do livre arbítrio e autoritarismo são equívocos a serem combatidos”, criticou via Twitter.

 “A invasão ao Plenário da Câmara é um ataque frontal à democracia brasileira. O Parlamento livre é primordial para a liberdade política”, afirmou a deputada Shéridan (RR). Para a tucana, é preciso apurar a fundo o ato, pois a violência não faz parte do regime democrático.

Da tribuna, o deputado Fábio Sousa (GO) elogiou a atuação do presidente da Casa diante da presença dos manifestantes. Ele felicitou Maia pela “posição enérgica com que tratou a situação extremamente constrangedora e criminosa”.

(Da redação/ Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

 

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16 novembro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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