Mudança


Alvos de ocupações, reforma do ensino médio e novo regime fiscal contam com apoio da maioria da população

Encomendada pelo Ministério da Educação, pesquisa do Ibope aponta que 72% dos brasileiros são a favor de uma reforma no ensino médio e 59% apoiam a PEC da Responsabilidade Fiscal. Apesar do apoio popular às medidas, estudantes continuam ocupando escolas pelo país em protesto contra as mudanças. De PicMonkey Collageacordo com parlamentares do PSDB, o movimento não representa a vontade da maioria dos brasileiros.

Na avaliação de tucanos, o governo de Michel Temer está tendo coragem de empreender aquilo que o governo petista não teve. Eles destacam que na gestão da ex-presidente Dilma houve um corte de R$ 10,5 bilhões na educação e nenhuma manifestação foi feita na época.

Os estudantes protestam contra a medida provisória que reformula o ensino médio e a proposta de emenda à Constituição que estipula um teto para os gastos públicos. Os parlamentares alertam que muitas dessas manifestações estão sendo instrumentalizadas por entidades não governamentais e partidos políticos com claro viés ideológico, o que compromete a legitimidade do movimento.

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Para o deputado Lobbe Neto (SP), a pesquisa do Ibope mostra que a população brasileira quer mudança. “O ensino médio era para ter sido mudado há muito tempo, só que tudo isso não passava de um discurso. E só agora, com a medida provisória editada pelo presidente Michel Temer, essa mudança será possível”, disse.

Segundo o parlamentar, essa é uma maneira do Brasil capacitar os jovens do país. “Com a medida provisória vamos agilizar a discussão para que possamos melhorar cada vez mais a educação brasileira”.

Sobre a PEC 241, que limita os gastos públicos, o tucano afirmou que o país só teria duas saídas depois da herança maldita deixada pelo governo petista: ou aumentar impostos ou definir um teto para os gastos públicos. A proposta já foi aprovada em dois turnos pela Câmara e recebeu o aval da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Agora, segue para análise dos senadores em plenário. O texto aprovado na CCJ prevê a possibilidade de revisão da regra a partir do décimo ano em que estiver em vigor.

“O país não pode entrar em falência, tem que ter uma direção. A melhor opção nesse momento é conter os gastos públicos. O que observamos é que algumas manifestações estão atrapalhando quem quer trabalhar e estudar, e às vezes até boicotam estudantes, como fizeram com a prova do Enem. Devido a algumas invasões, muitos estudantes não puderam realizar as provas”, aponta Lobbe Neto.

De acordo com a pesquisa do Ibope, a maior aprovação à MP do ensino médio foi registrada entre os entrevistados com 55 anos ou mais (78%). O Ibope ouviu 1,2 mil pessoas entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Por sua vez, o deputado Rogério Marinho (RN) aponta que o protesto está atrasado e deveria ter sido feito à época do corte de R$ 10 bilhões para a educação, imposto pelo governo Dilma.

“Não vimos nenhuma manifestação no ano passado quando houve corte de mais de R$ 10 bilhões pela presidente Dilma apenas na educação, ou com a corrupção desenfreada do governo do PT, que retirou recursos de todos os setores, ou com os números da educação do país, que mostram que a qualidade diminuiu”, apontou.

O deputado Caio Narcio (MG) também apontou a incoerência dos manifestantes. “Gostaria de ver este entusiasmo quando, no ano passado, cortaram R$ 10 bilhões da educação. Ao contrário, houve silêncio”, escreveu no Twitter.

(Reportagem: Elayne Ferraz/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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14 novembro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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