Figurões envolvidos
Corrupção sistêmica do PT fica ainda mais evidente com Palocci réu na Lava Jato, avalia tucano
A aceitação pela Justiça Federal da denúncia do Ministério Público contra o ex-ministro do governo petista Antonio Palocci é mais um demonstrativo de que a corrupção sistêmica nas gestões do PT atingia todas as estruturas e a maioria dos “figurões” do governo. A avaliação é do deputado Rogério Marinho (RN). O tucano afirma que a Operação Lava Jato, na qual Palocci se tornou réu, tem dado contribuições fundamentais para o país, como acabar com a sensação de impunidade em relação aos poderosos.
“O fato de Palocci se transformar em réu, mesmo tendo direito de ampla defesa, já sinaliza mais uma vez que a corrupção instalada no governo do PT era absolutamente sistêmica, atingindo todas as estruturas e figuras públicas do governo”, apontou Marinho nesta sexta-feira (4).
A denúncia contra Palocci e outras 14 pessoas foi aceita na quinta-feira (3) pelo juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. A acusação trata de crimes como corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. O ex-ministro está preso desde o dia 26 de setembro, quando foi detido pela 35ª fase da Operação Lava Jato. Assim como Palocci, várias outras pessoas que passam a responder inquérito nesta fase já respondem a outras ações penais na Operação, como o ex-presidente do Grupo Odebrecht Marcelo Odebrecht e o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque.
A 35ª fase apura a relação entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro. O MPF aponta evidências de que Palocci e seu ex-assessor Branislav Kontic receberam propina para atuar em favor da empreiteira, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. O ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht.
Os procuradores afirmam que, conforme planilha apreendida durante a operação, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013 foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores.
“Essa promiscuidade entre o que é público e privado, esse aparelhamento do Estado é uma característica do governo petista. Espero que, ao final de tudo, tenhamos o fim dessa sensação de impunidade que sempre imperou. Esse é o primeiro benefício que a Lava Jato traz à sociedade brasileira”, destacou Marinho.
Além disso, o deputado do PSDB afirma que as instituições têm funcionado da melhor maneira possível e, de agora em diante, é preciso que o país seja dotado de mecanismos de controle e de transparência na gestão pública, de tal forma que ações desse tipo se tornem difíceis e, se possível, até impossíveis.
“Que, ao fim, tenhamos conseguido reduzir esse processo de corrupção que afetou tão fortemente a economia nacional. O mais pobre hoje é que está pagando um preço alto pela má administração e pela corrupção sistêmica do governo do PT”, apontou, ao lembrar que três tesoureiros do partido e dois ex-presidentes da sigla já foram presos por envolvimento em esquemas ilícitos.
O deputado aponta ainda para a necessidade de se tentar recuperar os recursos desviados. Nesse sentido, o MPF pediu que a Justiça Federal bloqueie R$ 284.696.735,92 de todos os acusados. O valor é correspondente a 0,9% dos contratos firmados entre a Sete Brasil e a Petrobras e também ao valor correspondente à lavagem de dinheiro.
Como ressarcimento total, os procuradores solicitaram ao juiz Sérgio Moro que seja determinado o pagamento de R$ 505.172.933,10, caso eles sejam condenados. Segundo o MPF, esse valor corresponde ao dobro das propinas pagas aos agentes públicos envolvidos na intermediação de contratos da petroleira com a Sete para beneficiar a empresa. O caso foi delatado pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco.
(Reportagem: Djan Moreno)
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