Novos tempos
Fruto de nova diretriz da Petrobras, queda do preço dos combustíveis é comemorada
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira um nova política de preços para os combustíveis, responsável e alinhada ao mercado internacional. A primeira consequência é a redução do preço dos combustíveis a partir desse sábado (15), algo inédito desde 2009. Integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara, o deputado Domingos Sávio (MG) disse nesta sexta-feira (14) que a medida representa um passo importante para o fortalecimento da companhia, vítima dos escândalos de corrupção e de erros de gestão ao longo do governo do PT.
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Segundo o comunicado divulgado pela Petrobras, o preço do diesel nas refinarias da Petrobras será reduzido em 2,7%, e o valor da gasolina, em 3,2%. Se a redução for passada integralmente ao consumidor final, a queda pode ser de R$ 0,05 por litro nas bombas dos postos.
REPERCUSSÃO POSITIVA
Domingos Sávio lembra que, quando Dilma segurava o preço da gasolina, tinha o objetivo de conter a inflação para não sofrer desgaste em sua popularidade. No entanto, a medida causou imensos prejuízos a Petrobras. De acordo com cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), a empresa deixou de ganhar R$ 55 bilhões de 2011 a 2014.
Agora, a realidade é bem diferente dos tempos petistas, marcados pela irresponsabilidade e pelo escândalo do “petrolão”. Após o anúncio, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta e avançava 1,35% às 10h30, com o Ibovespa registrando 61.922 pontos, maior nível em três anos. A valorização foi puxada pela Petrobras, que sobe 3% na ação PN (preferencial, sem direito a voto). Além disso, os mercados já começam a especular sobre eventual corte de juros maior em virtude da redução dos preços dos combustíveis.
Domingos Sávio afirma que a política adotada pela empresa durante o governo Dilma era extremamente controlada pelo Planalto. Segundo ele, era uma política que iludia os brasileiros. A postura do novo comando da Petrobras representa, de acordo com o deputado, um compromisso com a responsabilidade fiscal. “Sem prometer nada e já vai abaixar o preço do diesel e da gasolina. Isso é a prova inconteste de que mudamos não só de presidente, mas o jeito de agir, tirando a política de mentiras do PT para colocar a política da responsabilidade”, compara.
Avalia o tucano que as mudanças empreendidas já começam a ter resultado, além da queda no preço dos combustíveis. “As ações da Petrobras estão subindo”, comemora. “O resultado é benéfico para a população. Espero no médio prazo volte a haver crescimento na oferta de emprego. Estamos no caminho certo”, resume.
Em entrevista recente ao “Estadão”, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que em cinco anos a Petrobras terá virado a página da maior crise econômica de sua história, desencadeada pelos escândalos de corrupção e grave endividamento.
Para o deputado Betinho Gomes (PE), a medida é fruto da reorganização e reestruturação pelas quais vem passando a Petrobras no governo do presidente Michel Temer. “A iniciativa certamente será benéfica para os consumidores porque vai ajudar a diminuir custos na produção e, possivelmente, vir a gerar a abertura de novas oportunidades de trabalho. Não podemos esquecer que a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, já está com autorização da Petrobras para retomar as obras da sua etapa final, reacendendo a esperança pela volta do emprego e um alívio para a economia do Estado”, comemorou o tucano.
RESPONSABILIDADE
A partir de agora, um grupo composto por membros da diretoria avaliará os preços praticados e as condições do mercado internacional uma vez a cada mês. O comitê é formado pelo presidente da Petrobras, o diretor Financeiro, Ivan Monteiro, e o diretor de Refino, Jorge Celestino. Nesses encontros o colegiado decidirá se aumenta ou baixa as tarifas dos combustíveis.
A Petrobras anunciou ainda uma mudança no cálculo que faz para se chegar ao preço cobrado. Serão levados em conta a paridade internacional (os preços cobrados no exterior), que já inclui custos como frete de navios, transporte interno e taxas portuária. Uma margem, cujo valor não foi revelado, será adicionada em função dos riscos da operação, como volatilidade do câmbio e tributos. O nível de participação de mercado também será levado em conta. A Petrobras informou que nunca praticará preços abaixo da paridade internacional.
(Reportagem: Djan Moreno, com PSDB-PE/fotos: Arquivo – Agência Brasil e Alexssandro Loyola)
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