13 anos do Estatuto

Em sessão solene, deputados alertam para desafios enfrentados pelos idosos no Brasil

Um dos tucanos que discursaram na sessão solene, Tripoli disse que a sociedade é muito cruel com os idosos.

A Câmara promoveu nesta terça-feira (4) sessão solene em homenagem ao Dia Internacional do idoso. A data é comemorada no Brasil em 1º de outubro e faz referência à data de publicação do Estatuto do Idoso, em 2003. Deputados do PSDB estiveram na cerimônia e destacaram que a terceira idade ainda sofre muito no Brasil.

“Há preconceitos de todos os lados, inclusive do poder público. A sociedade brasileira ainda é muito cruel com os idosos”, lamentou o deputado Ricardo Tripolli (SP). O parlamentar destacou que o Brasil precisa aproveitar melhor o conhecimento das pessoas mais velhas, inserindo-as na sociedade. De acordo com ele, dessa forma será resgatada a autoestima daqueles que já se aposentaram.

Por sua vez, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) chamou a atenção para o crescimento da população idosa em virtude do aumento da expectativa de vida. Dos 205 milhões de brasileiros, 27 milhões são idosos, ressaltou. Com a expansão de pessoas em idade mais avançada, é preciso dar mais importância ao planejamento financeiro, alertou. “Com o aumento da longevidade, aumentam também os problemas como os previdenciários, de mobilidade e habitação”, alertou.

Sobre o mercado de trabalho para a terceira idade, o deputado Izalci (DF) informou que empresas estão demitindo as pessoas mais velhas, que passaram dos 55 anos e que fizeram carreira dentro das empresas. “Em um país em crise como o Brasil um trabalhador com mais idade vai conseguir colocação?”, questionou o tucano. O deputado destacou que a Previdência está quebrada e que a idade da aposentadoria vai ser aumentada. “Mesmo com todas as intempéries, os idosos não fogem à luta. A velhice só chega para inibir quando o sonho desaparece”, completou.

 A Organização das Nações Unidas deu destaque às questões da assistência aos idosos e de sua integração e participação na sociedade, bem como da independência que lhes é inerente e que deve ser-lhes garantida em direitos como oportunidade de trabalho, lazer, momento de afastar-se do mercado de trabalho e viver em ambientes seguros.

Com a criação do Estatuto do Idoso, o Brasil começou a incorporar à sua jurisprudência resoluções de organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

(Reportagem: Elayne Ferraz/foto: Alexssandro Loyola)