A vitória do PSDB, por Luiz Carlos Hauly
As eleições municipais de ontem proporcionaram um crescimento significativo ao PSDB, deram-lhe a principal prefeitura do país, reforçaram o potencial eleitoral de seus líderes para a disputa pela presidência da República em 2018 e, de lambuja, esmagaram seu raivoso adversário, o PT. O partido poderá ampliar sua conquista, pois vários de seus candidatos foram para o segundo turno.
O PSDB obteve 793 prefeituras, 92 a mais que há quatro anos. Considerando que 19 tucanos disputam o segundo turno, o partido pode chegar a 812 prefeituras – crescimento de 16%. Em número de votos, o PSDB cresceu 27%: de 12,9 milhões em 2012 para 17,6 milhões agora. É a segunda legenda em quantidade de prefeituras – a maior continua sendo o PMDB, que, no entanto, fez menos votos que o PSDB (14,8 milhões).
O crescimento do PSDB e o consequente encolhimento do PT – que ao longo dos fatídicos 13 anos e quatro meses em que esteve no poder apresentou-nos como a causa de todos os males do país – mostra que a opinião pública finalmente passou a enxergar a verdade. E a verdade é cristalina: fomos vítimas da mais agressiva, mentirosa e continuada campanha de difamação da história recente do país.
A grave crise pela qual passamos é consequência do desmonte promovido pelo PT do arcabouço econômico construído a duras penas pelos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, arquiteto do Plano Real. Arcabouço aprimorado na administração do tucano pela Lei de Responsabilidade Fiscal, saneamento dos bancos, reforma da Previdência (tímida, porém significativa), reestruturação da dívida dos estados, etc. O populismo adotado pelo PT como instrumento de perpetuação no poder, aliado à corrupção institucionalizada, implodiu as bases de nossa economia, e com isso o edifício veio abaixo.
É preciso, portanto, reconstruir o país, tarefa iniciada pelo presidente Michel Temer. Mas seu mandato, iniciado com a deposição de Dilma Rousseff, expira em pouco mais de dois anos. Como ele garante que não disputará nova eleição, caberá, portanto, ao seu sucessor levar adiante a missão. As eleições de ontem foram um claro voto de confiança no passado do PSDB, na sua atuação no presente – apontando eventuais erros do governo, mas também as soluções – e no desafio que o aguarda: retomar o comando do país para devolvê-lo ao caminho do qual o PT o desvio.
O PSDB é o único partido que possui mais de um candidato em potencial – possui três (por enquanto), todos amparados na sabedoria, experiência, moderação e comportamento ético de Fernando Henrique, um estadista autêntico, ao contrário de seu êmulo Lula da Silva, que governou para si e para os seus, destruiu um país e por isso começa a prestar contas à Justiça e à História. E a conta é volumosa…
A vitória de João Dória em São Paulo no primeiro turno reforça o cacife do govenador Geraldo Alckmin, responsável por sua candidatura, mas José Serra e Aécio Neves mantêm-se altamente competitivos. Os três já tentaram a Presidência, perdendo para Lula e Dilma, respectivamente. Mas o despertar da nação e o estado agônico do petismo criaram uma nova situação: a realidade se impôs ao ilusionismo. O país volta a sonhar. E o PSDB – assim disseram as urnas – é o mais qualificado para realizar esse sonho.
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal (PSDB-PR).
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