Desvio milionário
Para tucanos, prisão do ex-ministro Palocci mostra grande alcance de esquema criminoso
A prisão do ex-ministro Antonio Palocci na 35ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (26), mostra que a corrupção do PT não se limitou ao esquema na Petrobras, avaliam tucanos. De acordo com a PF, Palocci continuou a negociar propinas pagas pela Odebrecht mesmo depois de deixar o governo.
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Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), a prisão constrange o ex-presidente Lula, já que Palocci foi um dos personagens mais importantes no primeiro mandato do petista. “Palocci e o ex-ministro José Dirceu davam suporte para todas as decisões de Lula. Essa prisão mostra de maneira muito clara que a prática de ilícitos não aconteceu apenas na Petrobras, mas também em outros segmentos da administração pública brasileira”, alertou (assista abaixo).
Prisão de Palocci mostra q prática de ilícitos não aconteceu apenas na Petrobras, diz líder @Dep_Imbassahy. Assista: pic.twitter.com/OwCNDoIAvC
— PSDB na Câmara (@PSDBnaCamara) 26 de setembro de 2016
Palocci foi ministro da Fazenda na gestão Lula e assumiu a Casa Civil na época de Dilma. Ele deixou o governo em 2011. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, ele intermediou o pagamento de propinas entre 2006 e novembro de 2013. Os investigadores alertam que a Odebrecht repassou dinheiro em troca de vantagens no governo federal. Parte do valor teria sido encaminhada ao PT.
BLOQUEIO RECORDE
O juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 128 milhões em ativos de Palocci, de seu assessor Branislav Kontic e de seu ex-chefe de gabinete, Juscelino Dourado, além das empresas Projeto Consultoria Empresarial e da J&F Assessoria. É o maior valor bloqueado por decisão de Moro na Lava Jato. Branislav e Dourado também foram presos nesta manhã.
Para o deputado Pedro Cunha Lima (PB), os desvios milionários revelam a verdadeira face do PT. “É uma quadrilha, um esquema de corrupção sem fim, e dia a dia vamos conhecendo a fundo o que o PT fez ao Brasil”, disse. Segundo ele, é assustadora a relação do PT com a corrupção. “Foi preso mais um da cúpula do partido que se diz dos trabalhadores, mas na verdade assaltou o nosso país”, lamentou.
Os valores ilícitos repassados a Palocci aparecem em uma planilha apreendida na 23ª fase da operação, quando foram presos o publicitário João Santana e sua esposa, Monica Moura. A planilha era chamada de “Posição Programa Especial Italiano” e usava, segundo investigadores, o termo “italiano” como codinome para se referir ao ex-ministro.
(Reportagem: Elisa Tecles/ Fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)
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