Vergonha!
Disseminação de frase mentirosa atribuída a procurador em denúncia contra Lula é repudiada
A defesa do ex-presidente Lula e muitos dos seus apoiadores recorreram a uma frase mentirosa atribuída aos procuradores federais que atuam na Operação Lava Jato para proteger o petista da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal na última quarta-feira (14). Deputados do PSDB manifestaram nesta sexta-feira (16) confiança no trabalho do MPF e lamentaram a disseminação de mentiras para tentar enfraquecer as graves acusações.
Segundo os procuradores da Lava Jato, Lula era o comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato. Logo após a denúncia, alguns internautas atribuíram ao procurador Deltan Dallagnol a frase “não temos provas, temos convicção” na tentativa de desqualificar o trabalho do MPF. A declaração não foi feita em momento algum e a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nota repudiando “a manipulação e deturpação de frases ditas no exercício do dever de esclarecimento à população”.
“Pela exposição do Ministério Público das denúncias apresentadas ao país e à Justiça Federal, ficou claro que o processo é sério e que ele segue firme e contundente”, avaliou o deputado Luiz Carlos Hauly (PR). O tucano afirma que, para se defender de tão graves acusações, não adianta espernear ou chorar, mas sim se defender perante o Judiciário e provar inocência.
O tucano afirma que o os procuradores do Ministério Público têm dado uma importante contribuição ao Brasil, em defesa da ética e da moralidade, com um trabalho de excelência. “Seja quem for, se é peixe graúdo ou miúdo, eles têm que atuar. E estão de parabéns porque estão enfrentando os poderosos e nesse caso, o poderoso mesmo”, apontou.
Na coletiva de imprensa que anunciou a denúncia contra Lula, dois procuradores afirmaram, em momentos diferentes, a expressão “não temos prova cabal” e que havia “convicção” sobre o papel do petista no esquema de corrupção na Petrobras. As duas afirmações, porém, não foram ditas na sequência, e nem por um único procurador.
Em nota, a ANPR afirma que se configura “em discurso político e/ou em estratégia de defesa, sem compromisso com a verdade, deturpar falas dos Procuradores da República nesta ocasião”. Segundo o texto dos procuradores, “nenhuma verdade pode ser construída pela edição de frases e repetição de uma mentira. A convicção da Força Tarefa fundamenta-se em provas robustas reunidas em investigações sérias”. O procurador Deltan Dallagnol rebateu as críticas de que a investigação da Lava Jato seria partidarizada, ao afirmar que a Lava-Jato tem mais de 300 pessoas envolvidas, técnicas e concursadas.
O deputado Bonifácio de Andrada (MG) também saiu em defesa da investigação e do trabalho dos procuradores. Para ele, a denúncia apresentada faz todo sentido. “Como que um presidente da República poderia não ter conhecimento de assuntos tão graves nas organizações submetidas à Presidência da República? É lógico que ele é inteiramente responsável por tudo isso”, aponta.
Na avaliação de Andrada, durante o governo Lula os fatos ocorridos na Petrobras, nos Fundos de Pensão e outros setores governamentais tinham o pleno conhecimento dele. “Como presidente da República chegavam a ele as notícias de irregularidades, as situações criminosas e ele não tomou providência alguma, assim como Dilma”.
Para o tucano, Lula é um bom orador, eloquente, mas não se defende de maneira convincente sobre os tão graves fatos que estão vindo à tona.
(Reportagem: Djan Moreno/Áudio: Hélio Ricardo)
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