Desastre
Fim da era PT: corrupção sistêmica e “organização criminosa” foram marca do partido, diz líder do PSDB
Foram inúmeros os erros cometidos pela gestão petista que culminaram na derrocada do Partido dos Trabalhadores: ingerência e incompetência na economia, cortes em importantes programas sociais, falta de investimentos em infraestrutura, inchaço na máquina pública, para citar alguns. Mas talvez o mais característico tenha sido a corrupção generalizada que tomou as instituições do país.
Durante os 13 anos e quatro meses de governo PT, os escândalos envolvendo nomes da cúpula do partido foram praticamente sistêmicos, deixando como marca os favorecimentos e vantagens indevidas, propinas, desvios de dinheiro público, tráfico de influência e estelionato eleitoral.
A corrupção como prática recorrente remonta aos primórdios da administração petista. Basta lembrar que apenas dois anos após Luiz Inácio Lula da Silva assumir a Presidência da República pela primeira vez, em 2003, veio à tona um dos maiores escândalos de corrupção de que se tinha notícia até então: o ‘Mensalão’. Descobriu-se que o governo Lula mantinha sua ampla base aliada no Congresso por meio de pagamentos mensais a parlamentares.
O escândalo reverberou na cúpula do partido: acabou derrubando o então braço direito de Lula, o ministro da Casa Civil José Dirceu, que também teve o seu mandato de deputado federal cassado. Entre os 25 réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal estavam ainda o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha.
A corrupção no seio partidário petista foi muito além de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. Em 2010, a sucessora de Dilma no comando da Casa Civil, Erenice Guerra, acabou afastada do cargo após denúncias de tráfico de influência junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os Correios e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pelo mesmo crime também foi acusada a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e amiga pessoal de Lula, Rosemary Noronha.
Também entraram na mira da Polícia Federal o ex-ministro Antonio Palocci, obrigado a pedir demissão da Casa Civil após a revelação de que seu patrimônio havia se multiplicado 20 vezes entre 2006 e 2010, graças a consultorias milionárias prestadas no mesmo período em que o petista coordenou a campanha de Dilma Rousseff à Presidência, em 2010; e o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, também por prestar milionárias consultorias enquanto ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além de estar envolvido em esquema de financiamento ilegal de campanhas do PT.
ANTES DO “PETROLÃO”
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), frisou que todos os casos já citados aconteceram antes do chamado ‘Petrolão’, o maior escândalo de corrupção que o Brasil já viu, desvendado pelas investigações da Operação Lava Jato. O parlamentar avaliou que, durante o seu longo período no governo, o PT instalou no país uma prática nociva de agressão e saque ao patrimônio público dos brasileiros.
“O que nós vimos no ‘Petrolão’, nos fundos de pensão, nas estatais, e agora tudo o que está sendo revelado pela Operação Lava Jato, é uma vergonha que trouxe a indignação de milhões de brasileiros. É claro que isso não aconteceu por acaso. Foi uma organização criminosa que tomou conta do poder e foi, ao longo do período, transformando essa prática em uma prática organizada e sistêmica, que foi tendo capilaridade praticamente por todos os segmentos da administração pública”, disse.
O tucano destacou que, por terem adotado a corrupção como rotina para lidar com os desafios da gestão pública, não é surpresa que vários dos dirigentes do PT, “que levantavam no passado a bandeira da ética e da moral, depois que assumiram o governo estejam hoje pagando penalidades junto à Justiça do país”.
DEPOIS DO “PETROLÃO”
O esquema que envolveu diretores da Petrobras, empresários, dirigentes partidários e integrantes do primeiro escalão do governo, além de provocar prejuízos milionários à estatal, também levou vários petistas para a cadeia, entre eles o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, o ex-marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, e, mais uma vez, o ex-ministro José Dirceu, que já cumpria pena por envolvimento no ‘Mensalão’. Outro que acabou implicado foi o ex-líder do governo Delcídio do Amaral, flagrado em gravação oferecendo dinheiro ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em troca de seu silêncio.
Os desdobramentos da Lava Jato também chegaram a outro ex-ministro petista: Paulo Bernardo. O ex-chefe do Planejamento, durante o governo Lula, foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil, em julho deste ano, por ter supostamente recebido propina de R$ 7,1 milhões da empresa de software Consist, que administrava contratos de consignados com entidades de banco e previdência, cobrando uma taxa quatro vezes maior que o valor de mercado. Cerca de R$ 100 milhões em empréstimos consignados teriam sido desviados.
Vale lembrar que a esposa de Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), também é investigada no Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo os delatores, o esquema de propinas na estatal teria abastecido com R$ 1 milhão a campanha da petista ao Senado, em 2010.
“Tudo o que aconteceu foi além da prática da corrupção sistêmica instalada pelos petistas, transformando-se, em seguida, em várias tentativas de obstrução à Justiça”, ressaltou o deputado Antonio Imbassahy.
“O que não esperavam é que isso foi sendo revelado, e aqueles que assim agiram estão hoje em situação extremamente difícil, porque temos uma imprensa livre e os fatos estão sendo revelados à luz do dia. O que nos resta, portanto, é seguir confiando que o resultado de todo esse processo vai ser um bom resultado para o país”, completou o tucano.
(Da Agência PSDB/foto: Alexssandro Loyola)
Deixe uma resposta