Democracia fortalecida
Apoio internacional à transição de governo no Brasil atesta legitimidade do impeachment, diz Vilela
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Pedro Vilela (AL), apontou nesta quinta-feira (8) a importância do apoio dos Estados Unidos ao Brasil, no momento em que o país passa por uma transição de poder. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a mudança seguiu a Constituição e os procedimentos legais, além de reafirmar que os americanos vão trabalhar de perto com o novo governo brasileiro para ajudar o país enfrentar os desafios econômicos e políticos. Outras nações do continente também não viram golpe algum no processo de impeachment, diferentemente do repetido à exaustão pelos petistas.
Para o tucano, o posicionamento norte-americano fortalece a imagem do Brasil no cenário internacional. “Acho uma manifestação importante do vice-presidente. Não poderíamos esperar um posicionamento diferente do governo norte-americano. Os Estados Unidos têm apreço à democracia e respeito às leis. Nada mais natural do que o reconhecimento do processo de impeachment como absolutamente seguidor dos princípios constitucionais”, apontou.
Durante reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) na quarta-feira (7), o embaixador brasileiro José Luís Machado e Costa ressaltou a força da democracia nacional. Seu discurso foi seguido por uma sequência de manifestações favoráveis ao governo de Michel Temer.
O embaixador dos Estados Unidos, Kevin Sullivan, agradeceu o esclarecimento do brasileiro e ressaltou que “o sistema constitucional é algo que vai além do voto”. Segundo o representante americano, “existem outras ações constitucionais como o impeachment e o recall, que podem ter o mesmo valor legal do voto se forem realizados de acordo com a lei”.
“Esse tipo de manifestação de países que têm sua democracia consolidada, como os Estados Unidos, dá reforço para o Brasil no cenário internacional e atesta a legitimidade do processo de impeachment e do novo governo de Michel Temer”, disse Vilela.
Representantes da Argentina, Paraguai, México, Colômbia, Chile, Granada e Jamaica se posicionaram a favor do embaixador do Brasil. “Onde não houve esse tipo de manifestação, claramente havia um interesse na manutenção do projeto de poder do PT. Aí eu falo de Venezuela, Equador, Bolívia, países em que os governos eram claramente beneficiários do governo petista. Inclusive com o governo do PT fechando os olhos e fazendo vista grossa para a série de absurdos que aconteceram e acontecem nesses países, como desrespeito à democracia e aos direitos humanos”, afirmou Vilela.
É importante lembrar que até mesmo a Bolívia, um dos três vizinhos que rejeitaram o impeachment de Dilma Rousseff, começou na terça-feira (6) a recuar. O chanceler David Choqueuanca minimizou a convocação do embaixador José Kinn e negou que se trate de retirá-lo definitivamente (ao contrário do que fez a Venezuela).
A Bolívia e o Brasil, inclusive, têm um importante acordo. O país vizinho vende gás para o Brasil e o acordo vence em 2019. O desejo boliviano é o de melhorar os seus termos. Até mesmo Uruguai, que criticou o impeachment, reconhece o governo Temer.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola)
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