E agora, Temer?, por Fábio Sousa


O resultado de um governo incompetente, mergulhado em uma crise moral, política, econômica, somado à falta de habilidade e autoridade da governante, culminaram em um dos momentos mais difíceis de nossa história: o impeachment e, consequentemente, cassação do mandato de Dilma Rousseff. 

Em seu lugar assume quem a Constituição determina em caso de perda de mandato, o vice-presidente eleito em sua chapa, com o mesmo número de votos que o titular. Michel Temer, que já vinha atuando de forma interina, agora terá que enfrentar não só o maior desafio de sua vida, mas um dos maiores da história da nossa jovem democracia. 

Pois bem, agora definitivamente o comando cabe a Michel Temer. E cabe também a responsabilidade de literalmente tirar o Brasil do fundo do poço em que nos meteram nos últimos anos. Depressão econômica, altíssimo nível de desemprego, estado apático, agigantado, sem investimentos internos e externos, e ainda enfrentando uma oposição barulhenta, uma grande base com casos de fisiologismo clássico e um povo cada vez mais descrente com a política. 

Creio que o presidente gostaria que o seu governo seja marcado pela pacificação nacional. Claro que todos querem a pacificação e que cada um no seu papel, oposição e situação, se preocupe de fato com o país e com a população. Mas apenas a isso não será suficiente. 

O Brasil precisa de investimentos, de urgentemente retomar o crescimento, gerar emprego, renda, se desenvolver, sem aumento de imposto e ainda reduzindo o tamanho do estado. 

Para isso o remédio amargo precisa ser tomado. Devemos sim limitar os gastos ao máximo, mas numa equação que não penalize os servidores públicos e os serviços essenciais. É preciso atrair capital estrangeiro, convencer os investidores nacionais a investir, e assim gerar emprego, renda e mais recursos para o erário através da produtividade. 

Outro carro-chefe sem dúvida é a agricultura. Precisamos exportar mais, diminuindo as barreiras tarifárias. Precisamos urgentemente de uma política de desburocratização, bem como de créditos rápidos e fáceis, para que empresas sejam criadas e as existentes continuem a funcionar.

O caminho árduo. O paciente Brasil melhorou, mas ainda continua respirando com ajuda de aparelhos e precisa de muitos cuidados. Há muito a se fazer e pouquíssimo tempo. Evidentemente todos nós temos responsabilidades, devemos fazer a nossa parte, mas os olhos estarão voltados e as perguntas serão direcionadas: e agora, Temer? 

(*) Fábio Sousa é deputado federal, formado em História, Gestão Pública e Teologia. Artigo publicado no jornal “O Popular” em 8 de setembro. (foto: Alexssandro Loyola)

 

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8 setembro, 2016 Artigosblog Sem commentários »

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