Está chegando a hora
Situação de Eduardo Cunha é muito difícil, diz líder do PSDB na Câmara à TV Globo
Dez meses após a abertura do processo, o Plenário da Câmara pode votar no começo da semana que vem o pedido de cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Diante das informações de que aliados de Cunha estão tentando esvaziar a sessão, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que os tucanos marcarão presença e se posicionarão pela perda do mandato. “A situação dele é muito difícil”, disse Imbassahy em entrevista veiculada nesta segunda-feira (5) pelo “Bom Dia, Brasil”.
Além das manobras para reduzir o quórum, Cunha também recorreu ao Supremo para tentar suspender o processo sob a alegação de que houve irregularidades na Comissão de Constituição e Justiça. No entanto, o líder acredita que o quadro é irreversível. “A realidade vai se impor. É muito forte tudo o que aconteceu”, disse ao telejornal da TV Globo. Cunha é acusado de ter omitido recursos no exterior e mentido à CPI da Petrobras sobre o assunto. Além disso, é réu em duas ações penais ligadas à Operação Lava Jato e ainda é investigado em outros cinco inquéritos no Supremo.
Em entrevista coletiva semana passada, o deputado do PSDB já havia manifestado expectativa de que a votação realmente ocorrerá na próxima semana. “Havendo quórum elevado, o presidente da Câmara colocará o tema em votação”, explicou na ocasião. Segundo ele, os deputados têm o compromisso de estar na Casa na data marcada. Imbassahy disse ter percebido, em diversos partidos, que a expectativa geral é da aprovação da cassação do mandato.
Também na semana passada, dessa vez em entrevista ao “Jornal Nacional”, o líder tucano alertou que o fatiamento da votação do impeachment de Dilma no Senado, permitindo à petista a manutenção dos direitos políticos, abre um perigoso precedente e pode ser levantado não somente no caso de Cunha, mas em outros também.
CONSELHO DE ÉTICA
No dia 14 de junho, no Conselho de Ética, os deputados do PSDB votaram favoravelmente ao relatório que pede a cassação do mandato de Cunha, aprovado por 11 a nove. Antes da votação, os deputados Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Junior (RS), titulares do partido no colegiado, haviam apontado que a cassação era a única punição cabível ao presidente afastado da Câmara diante da consistência das provas contra ele.
(reportagem: Marcos Côrtes/foto: Alexssandro Loyola)
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