Fim de uma era nefasta
Tucanos relembram longa luta a favor do Brasil e dizem que saída de petista reacende esperança
Deputados do PSDB repercutiram na tarde desta terça-feira (31) a decisão do Senado que pôs um fim definitivo ao governo de Dilma e do PT. Os tucanos destacaram o placar de 61 votos a 20 pelo afastamento definitivo e comentaram a perspectiva de um novo tempo com o fim da era petista. Os tucanos lembraram não só os crimes de responsabilidade que levaram à perda do mandato, mas também os inúmeros malfeitos cometidos pelo governo deposto, e lamentaram que os senadores não tenham também cassado os direitos políticos de Dilma. Vários deles acompanharam a cerimônia de posse de Michel Temer, ocorrida no Plenário do Senado.
BRASIL COMEÇA A SE LEVANTAR
O deputado Carlos Sampaio (SP), que era líder da bancada tucana quando o processo contra Dilma teve início, afirmou que este histórico 31 de agosto ficará marcado não como o dia em que uma presidente caiu, mas como o dia em que Brasil começa a se levantar. “Foram 19 meses de uma luta ininterrupta, mas que não foi em vão. A luta não era contra Dilma, mas a favor do Brasil, para tirá-lo desse caos ético e econômico. O desfecho do processo faz com que o país possa novamente cuidar do seu povo. É o fim de um governo marcado pela corrupção e a mentira”, avaliou.
O tucano lamentou que os senadores tenham mantido os direitos políticos da ex-presidente, mas minimizou o resultado diante da importância grandiosa da perda do mandato. “Conforme prevê o texto constitucional, a condenação certa é o afastamento com inabilitação, por isso digo que seja foi um erro, porém, pequeno diante da decisão pela perda do mandato. Esperamos agora que o novo governo venha promover efetivamente as mudanças que o Brasil precisa”.
O deputado Miguel Haddad (SP) afirmou que a aprovação com ampla maioria já era esperada pelo povo brasileiro, que inúmeras vezes foi às ruas e exigiu a saída de Dilma e do PT. “A soberania é do povo brasileiro. O grande herói dessa luta foi o povo. Viramos mais uma página na história do nosso país. A expectativa é que o Brasil cresça, que Michel Temer faça as reformas imprescindíveis para o país. Vamos apoiá-lo, mas queremos compromisso com medidas que realinhem o país e retomem os empregos, essenciais para os brasileiros”, alertou.
Na avaliação de Eduardo Cury (SP), a votação no Senado encerrou um dos períodos mais difíceis da história nacional. “É uma decisão histórica. Era necessário passarmos por isso, pois Dilma não tinha condição alguma de continuar governando diante de tantos casos de corrupção e do descalabro na economia. É uma pena apenas que tenham permitido que ela ainda possa assumir cargos públicos e escapar do juiz Sergio Moro. Mas agora a confiança vai ser restabelecida, a economia voltará a crescer e os empregos voltarão a surgir, o que é o mais importante”, avaliou.
Para Rogério Marinho (RN), o resultado representa um grande alívio ao mesmo tempo em que está carregado da grande responsabilidade de colocar o Brasil nos trilhos. “Por mais doloroso que seja o impeachment esse é um momento de mudança, e que seja efetiva: na ética, na transparência e na maneira de governar. O PSDB tem papel importante pois foi fiador de tudo isso desde o inicio. Mãos à obra, vamos colocar o Brasil no lugar que ele merece”.
Alívio também foi a palavra usada pelo deputado Rodrigo de Castro (MG) para descrever o momento. “A presença dela como presidente, embora afastada, prejudicava muito a credibilidade do país e atrapalhava nas decisões de governo. É um alívio que o PT saia do governo, pois nesses anos no poder o resultado que vemos é uma recessão sem precedentes, mais de 10 milhões de desempregadoS, sistema educacional sem recursos, fundos de pensão saqueados, Petrobras e Eletrobrás quase à falência e uma crise sem precedentes por causa da corrupção”, lembrou o tucano, ao reforçar que o resultado simboliza uma verdadeira virada de página.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) reforçou a ideia de que o impeachment de Dilma encerra uma das fases mais nefastas da política no Brasil. “Nunca antes um presidente e um partido fizeram tão mal ao país. Foi devastador na economia, na ética, na moral, na administração pública, para os serviços públicos e para a indústria”, lembrou. O parlamentar destacou, porém, que para o Brasil crescer será preciso empreender as reformas que o PT não ousou fazer.
Já Paulo Abi-Ackel (MG) comemorou o resultado favorável a perda de mandato da ex-presidente, mas destacou a importância de uma reflexão sobre o resultado que manteve os direitos políticos da petistas. “O resultado foi surpreendente e, na minha opinião, inconstitucional, e que abre um grave precedente”, ponderou. A condenação de Dilma se deu sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais” no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional.
(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Beto Barata/PR)
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