Continuidade do trabalho
Plenário da Câmara supera tentativas de obstrução da oposição e aprova Medidas Provisórias
A oposição tentou obstruir os trabalhos no plenário da Câmara, mas os deputados conseguiram aprovar as Medidas Provisórias 725 e 726. Parlamentares aliados à presidente afastada Dilma Rousseff tentaram obstruir os trabalhos em protesto contra o julgamento da petista, em andamento no Senado.
Tucanos rebateram as acusações da oposição e defenderam a continuidade dos trabalhos na Câmara. Eles ressaltaram ainda os motivos que levaram ao afastamento de Dilma. Um deles é a profunda recessão econômica que o Brasil atravessa, alertou o deputado Marcus Pestana (MG). “Há 12 milhões de desempregados no país, que teve um crescimento negativo de mais de 3% por 2 anos consecutivos”, frisou.
A presidente afastada paralisou o país por muito tempo, acredita o deputado Nilson Leitão (MT). Não seria viável perder um dia de trabalho na Câmara por conta do julgamento, reforçou. “Na quinta-feira, o Brasil volta aos eixos e volta a sonhar com um novo momento. De fato, a Presidente Dilma deixará o Palácio da Alvorada e irá se recolher, junto aos seus familiares, ao Rio Grande do Sul, para o bem do Brasil”, completou.
O deputado Domingos Sávio (MG) deu encaminhamento favorável à sequência das votações na Casa. Segundo ele, quem está acompanhando o processo de impeachment sabe que a tese de golpe não passa de cantilena. Por sua vez, o deputado Rocha (AC) destacou a herança maldita deixada pela presidente afastada: economia destroçada e corrupção generalizada.
MPs APROVADAS
A primeira MP aprovada nesta segunda-feira (29) foi a 725/16, que permite a emissão de Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) e de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) com correção pela variação cambial de outras moedas. Essa foi a última MP editada por Dilma Rousseff. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que a agricultura tem papel essencial para o Brasil, mas é importante não fazer politicagem com o setor.
“É preciso fazer políticas permanentes, perenes; fundos que abasteçam a agricultura brasileira, que alimenta este país, e esse mesmo agricultor, tão tripudiado, tão prejudicado pelo PT”, acrescentou. Ele ressaltou ainda a insuficiência da MP, que não faz o necessário pelo agricultor.
O plenário aprovou ainda uma emenda aglutinativa do líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), em substituição à Medida Provisória 726/16. A MP altera a estrutura do Executivo federal em razão da reforma administrativa feita pelo governo Temer. A proposta transforma, incorpora, cria e extingue ministérios, que passam a ser 24. A MP 728, editada 15 dias depois da MP 726, recriou o Ministério da Cultura após protestos de atuantes no setor
De acordo com Hauly, a população mandou um recado para os governantes com as manifestações de rua. Não basta mudar o governo, é preciso fazer mudanças estruturais. “O número de Ministérios é exagerado. O número de cargos em comissão é exagerado. A gastança é exagerada. Quem é que pagou essa conta? Quem é que paga? Os trabalhadores”, disse.
(Da redação / Foto: Alexssandro Loyola)
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