Artigo

“Outra opção não há”, por Arthur Bisneto

O Brasil assiste ao julgamento final de Dilma Rousseff pelo Senado de olho no futuro. Nos próximos dias, o impeachment será confirmado e nós poderemos, enfim, encerrar um dos capítulos mais tristes da história recente do nosso país. E começar a realmente fazer o que for necessário para tirar a economia do buraco, porque ainda estamos longe de sair da crise.

A simples troca do governo já fez a economia dar sinais de melhora, ainda que de forma tímida. Na indústria, a produção cresceu em julho pelo quarto mês seguido. No comércio, a confiança do empresário subiu 10,7% no mês passado, atingindo o maior nível em 15 meses e elevando a expectativa de que a economia vai melhorar nos próximos meses.

Isso é reflexo das mexidas que o governo fez, deixando de lado a paralisia da administração Dilma Rousseff. Alguns exemplos são a redução no número de ministérios e o congelamento de 4.300 cargos comissionados, que deve trazer uma economia de R$ 230 milhões por ano; a liberação de investimentos de R$ 1,6 bilhão na área de educação e a criação de 75 mil novas vagas no Fies; o avanço nas obras na integração do Rio São Francisco; e a retomada do Minha Casa Minha Vida para os mais carentes, graças a gestão do meu amigo Bruno Araújo, ministro das Cidades. Com tudo isso, ainda foi possível reajustar em 12,5% os benefícios do Bolsa Família.

Esses são pequenos exemplos. Há muito o que ser feito. Precisamos de apoio do presidente Michel Temer para aprovar a Lei de Responsabilidade das Estatais, projeto do PSDB que trará um choque de profissionalização na gestão das empresas. Precisamos de empenho do Palácio do Planalto para tornar lei a limitação dos gastos públicos, que é o principal projeto para ajustar as contas públicas. Se esses dois projetos não forem aprovados, de nada adianta os esforços feitos até agora.

A difícil, tensa e dramática troca de governo não pode ser em vão. Um impeachment é um processo muito doloroso, custoso ao país e não pode ser banalizado. Saiu um governo inepto que cometeu o crime de maquiar as contas públicas e precisamos de um governo comprometido em colocar a casa em ordem. Outra opção não há.

(*) Arthur Bisneto é deputado federal pelo PSDB-AM. Artigo publicado no “Diário do Amazonas” (foto: Alexssandro Loyola)