Vantagens ilícitas
PF indicia Lula e Marisa no caso do tríplex de luxo; “vantagens ilícitas” chegariam a R$ 2,4 milhões
A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (26) o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, no inquérito que apura a reforma do tríplex no Guarujá (SP). A PF alega que o casal foi beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, no total de R$ 2,4 milhões com obras no apartamento e armazenagem de bens.
Lula foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Marisa responderá por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Condomínio Solaris, onde fica o imóvel de luxo, foi construído pela cooperativa habitacional Bancoop, que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), destacou que esse é o primeiro indiciamento de Lula na Lava Jato. O petista é alvo de outras duas investigações da operação e virou réu em ação penal por tentar obstruir o trabalho da Justiça. “Para a polícia, ele é o verdadeiro dono do apartamento, que foi todo reformado por uma das empreiteiras investigadas no Petrolão”, declarou em sua página no Facebook.
Para o deputado Carlos Sampaio (SP), a Justiça cumpre seu papel com o indiciamento. Ele ressalta que o caso não se refere diretamente à organização criminosa montada nas gestões petistas, mas a população tem motivos de sobra para aplaudir. “Afinal, um dos responsáveis pelo caos no país e pela quadrilha que assaltou o Brasil começa a prestar contas de seus atos criminosas!”, comentou.
O indiciamento acontece no segundo dia de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, lembra o deputado Paulo Abi-Ackel (MG). “Que momento deplorável para a história do país e de todos aqueles que acreditavam, confiavam e votaram pelo bem do Brasil”, declarou na rede social.
O delegado Márcio Adriano Anselmo, que assina o documento, afirma que a reforma no apartamento ocorreu possivelmente no segundo semestre de 2014. O valor estimado da obra é de R$ 777.189,13; os móveis custaram R$ 320 mil; e os eletrodomésticos mais R$ 19.257,24. Além disso, a OAS teria bancado por cinco anos um depósito para armazenar os bens do ex-presidente. O valor mensal era de R$ 21,5 mil.
(Da redação)
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