Impeachment
Depoimentos no Senado reforçaram responsabilidade de Dilma por crimes, avaliam tucanos
Deputados do PSDB voltaram a afirmar nesta sexta-feira (26) que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade fiscal. De acordo com os tucanos, os crimes já estão mais que comprovados e agora é só esperar o desfecho do impeachment no Senado para que a petista seja devidamente responsabilizada.
O Senado ouviu na quinta-feira (25) duas testemunhas de acusação contra a presidente que destacaram as irregularidades. O ex-auditor federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho e o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira deixaram claro em seus depoimentos que a presidente afastada, de forma deliberada, cometeu crime de responsabilidade e afrontou a Constituição.
Para o deputado Elizeu Dionizio (MS), Dilma teve uma conduta perniciosa desde o começo do mandato. “Os crimes nesse momento foram o gatilho para que Dilma chegasse até o impeachment. Ela cometeu vários crimes desde a antiga administração, no período de sua eleição, e continuou cometendo crime na última gestão”, afirmou.
Elizeu ressalta que o Brasil começará uma nova história após a saída definitiva da petista, com uma política de transparência voltada para a sociedade. Ele espera que a cassação de Dilma sirva de exemplo para toda classe política. “Os crimes já foram comprovados, agora é só o grito de socorro. Mas não tem socorro para quem comete delitos como o PT cometeu à frente da administração pública. O Brasil será passado a limpo, e a partir da próxima semana vamos começar a escrever uma nova história”.
O deputado Izalci (DF) também não tem dúvida da prática dos crimes. “Está caracterizado, foi levado ao Supremo diversas vezes e eles manifestaram que o processo está correto. O restante é só para ganhar tempo e criar um discurso para ficar na história, diferente da realidade.”
No Senado, Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho afirmou que o governo de Dilma Rousseff sabia que realizava operações de crédito ilegais com bancos públicos e continuou com as mesmas práticas no ano de 2015.
Por sua vez, Júlio Marcelo de Oliveira afirmou que as práticas consideradas fraudes fiscais foram iniciadas em 2013 e continuadas ao longo de 2014 e 2015, sendo caracterizadas pela omissão de registro da dívida pública; edição ilegal de decretos de crédito suplementar e financiamento de despesas do governo por bancos federais, como Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Questionado pelo senador Cássio Cunha Lima (PB) sobre as pedaladas, o procurador disse que os bancos prestam um serviço ao oferecer suas agências, estruturas e funcionários para o pagamento dos benefícios aos cidadãos, mas são remunerados por isso, por um valor estabelecido em contrato. Ao assumir o ônus da falta de equalização do governo e continuar pagando ao empresário e ao agricultor com seus recursos, no entanto, o papel muda.
Para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o depoimento do procurador foi devastador. “Ele demonstrou, de forma serena e clara, o dolo da presidente, e sua responsabilidade em relação à utilização dos bancos públicos, assumindo despesas que deveriam ser do Tesouro, e também em relação aos decretos publicados sem autorização do Congresso Nacional”.
Ele ressalta que Júlio Marcelo demonstrou um elo entre as duas equipes econômicas: aquela que vigorou até o final de 2014 e a que assumiu após 2014, porque as pedaladas vinham ocorrendo com alertas feitos internamente dentro do próprio governo.
Por sua vez, Eduardo Cury (SP) afirmou que o procurador é um brasileiro honrado que teve a ousadia de apontar os desvios e as pedaladas fiscais do governo petista. “É necessário protegermos esses servidores como também devemos proteger os Procuradores de Curitiba, o Juiz Sérgio Moro e outros que têm a coragem de apontar os erros e os desvios de pessoas como os da Presidente Dilma Rousseff”, completou.
O tucano destaca que os defensores de Dilma tentam desqualificar o procurador, mas em nenhum momento falam sobre a roubalheira na Petrobras, o rombo nas estatais ou os bilhões de déficit deixados pela futura ex-presidente.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Jefferson Judy e Marcos Oliveira/Agência Senado)
Deixe uma resposta