Batendo cabeça

Rejeitado pelo PT, plebiscito proposto por Dilma era só mais uma manobra, diz líder

Às vésperas do início do julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a cúpula do PT rejeitou, por 14 a 2, a proposta para convocação de plebiscito sobre antecipação de eleições, uma das principais bandeiras apresentadas pela presidente afastada na carta dirigida semana passada ao povo brasileiro. Além de mostrar o descrédito de Dilma dentro do próprio partido, o resultado revela, segundo o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), que a proposta era pura enganação.  “Tudo isso era uma tentativa de escapar da Constituição e da lei”, afirmou nesta quarta-feira (24).

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Para o líder tucano, os petistas nunca quiseram plebiscito, mas apenas fugir de uma realidade amarga para a legenda: a população brasileira já não aguenta mais tanta mentira, tanta corrupção e incompetência promovida pelo governo petista, que está prestes a cair de vez. “O PT acaba de dizer à população que era uma fraude, era mais uma mentira”, ressaltou.

JUÍZO FINAL

Nesta quinta-feira, no começo da manhã, o Senado se reúne sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para o julgamento final de Dilma por crime de responsabilidade.  “Finalmente está chegando o dia do juízo final, o dia de afastar uma presidente que violou a Constituição, mentiu para os brasileiros, destruiu a economia e participou desse processo de corrupção na Lava Jato e petrolão”, afirmou o líder Imbassahy.

Diante do agravamento da crise econômica e dos escândalos envolvendo a gestão petista, Imbassahy considera ser o momento para virar a página da história brasileira, na qual a presidente deixa a marca da incompetência e entre para a história como a pior presidente de toda a história da República. “Agora vamos começar com um novo cenário de muita esperança e de muita expectativa para o povo brasileiro”, afirmou.

Na avaliação do deputado Rocha (AC), a alternativa encontrada por Dilma foi tentar transferir a responsabilidade do seu fracasso para outros. “ Essa tentativa de se fazer de vítima não colou, até porque os prejudicados foram os milhões de desempregados e os brasileiros que passam dificuldades por conta da crise gestada nas gestões petistas”, afirmou o tucano. Na próxima segunda, ela ira se defender pessoalmente e deve fazer um discurso nessa linha da vitimização. 

Na opinião do parlamentar acreano, até os petistas estão convencidos que o melhor negócio é o impeachment ser efetivado. “Se ela conseguisse voltar eles perderiam a última coisa que sobrou a eles – o discurso do golpe”, afirmou. Para ser condenada, o relatório contra a presidente afastada deve receber 54 votos “SIM” (ou dois terços da composição do Senado). Ela perde o cargo e o direito de exercer qualquer cargo público por oito anos. Neste cenário, o presidente interino, Michel Temer, é empossando definitivamente.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)