Expectativa positiva
Comissão das 10 medidas contra a corrupção vota convite ao juiz Sérgio Moro
Apoiada pelo PSDB, a comissão especial que debate as 10 medidas contra a corrupção deve ouvir na próxima quinta-feira (4) o juiz Sérgio Moro. Amanhã (2) o colegiado se reúne para eleger vice-presidentes e votar requerimentos. Um dos integrantes da comissão, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) acredita que a partir de agora o grupo irá prosseguir no ritmo certo. O parlamentar explica que, desde a transição de presidente da Casa, o processo esteve parado.
“Agora começam as audiências públicas e tenho certeza absoluta que estamos dentro do prazo. O (ex-presidente) Maranhão sentou em cima do processo e ficou 60 dias sem deliberar. Pressionamos ele e conseguimos a liberação da comissão especial, que agora segue no ritmo normal e temos expectativa positiva”, declarou. Hauly destacou também a importância da presença de Sérgio Moro.
Um dos requerimentos que convidam o juiz é de autoria do deputado Fábio Sousa (GO). Para o tucano, a participação do juiz irá contribuir para o bom andamento da comissão especial, já que Moro comanda a Operação Lava Jato desde 2014, e também atuou em vários casos envolvendo corrupção e desvio de dinheiro público. “O trabalho dele já é conhecido e reconhecido por toda a sociedade brasileira. É uma pessoa que precisamos ouvir. É alguém que estudou os crimes do colarinho branco e tem muito a nos dizer”.
Além dos rumos da operação e da importância do pacote anticorrupção, outro assunto que deve ser destacada na audiência é a péssima repercussão da petição contra o juiz apresentada por Lula junto ao Comitê de Direitos Humanos da ONU alegando “abuso de poder” de Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato. A apelação foi alvo de críticas de parlamentares e do universo jurídico, por meio de manifestações da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Para deputados tucanos, a ação é mais um factoide e uma tentativa de desmoralizar o país junto a organismos internacionais. Souza afirma que a petição é o “cúmulo do ridículo”.
Na nota de repúdio à petição de Lula, a AMB afirma que a Corte Internacional não deve ser utilizada para constranger o andamento de quaisquer investigações em curso no país, principalmente aquelas que têm como prioridade o combate à corrupção. “A AMB vê com perplexidade as diversas tentativas de paralisar o trabalho da Justiça brasileira”, diz trecho.
Já a Ajufe reitera total confiança na isenção e capacidade do juiz Sergio Moro, que decide fundamentalmente de acordo com a Constituição. “Tudo o mais são lamentos infundados e representam uma atitude de afronta e desrespeito ao poder Judiciário Nacional”.
De acordo com coluna publicada no “Estadão”, as denúncias “mais pesadas” contra o ex-presidente Lula ainda estão por vir. É por isso que Lula e seus advogados se antecipam, em busca de uma duvidosa proteção no Comitê de Direitos Humanos da ONU. O jornal destaca que, no ambiente político, a sensação é de que foi um ato de desespero, indicando que Lula sabe que pode ser preso e estaria aplainando terreno para um futuro pedido de asilo político.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola)
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