Período de transição


Fusão de ministérios de C&T e Comunicações garante fôlego para manter programas, diz ministro

Lucio Bernardo Junior Câmara dos DeputadosA fusão dos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações e das Comunicações teve a contribuição dos ex-ministros, segundo informou o atual ministro Gilberto Kassab. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele se comprometeu a manter os programas e tentar, junto com o Congresso Nacional, reverter a tendência de queda do orçamento da pasta.

Uma das preocupações são os programas relacionados à pesquisa nuclear, de satélites e banda larga. Kassab assumiu o compromisso de prosseguir na negociação de empréstimo de R$ 1 bilhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o financiamento de pesquisas.

“Fusão ganha estrutura, ganha musculatura política, mesmo quando o ministério dos sonhos tem de ser deixado para depois”, disse o deputado Eduardo Cury (SP). Ele alerta que o ideal exigiria outro orçamento, mas com R$ 170 bilhões em déficit é impensável pensar em expansão num governo de emergência nacional.

Para Cury, não é o momento de avaliar o ideal, mas o possível. Ele aprova a tentativa do ministro Kassab de definir junto com representantes de universidades e setores da ciência quais são os gargalos. “É importante criar o consenso”, afirma.

Para Cury, a missão é dura. Ele elogia Gilberto Kassab por dar espaço a prioridades de curto e médio prazo, medidas essenciais para que o Brasil possa passar esse período de transição.

Já o deputado Izalci (DF) afirma que ciência e tecnologia só se fazem com recursos. Ele ressalta que o ministro Gilberto Kassab optou por defender o interesse dos brasileiros. “Não foram iguais as opções do PT”, disse ele, reiterando que o processo de impedimento que a presidente ainda está sendo investigada está obedecendo todos os trâmites legais.

 “O que está em jogo é o futuro do país. Os Estados Unidos investem 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento. Coréia do Sul e Israel, 4%. O Brasil não chega a 2%”, disse o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich. Segundo ele, países como China, Índia e Rússia anunciaram que vão investir mais em ciência e tecnologia para superar os efeitos da crise econômica.

Ele avalia que o setor de pesquisa já enfrenta dificuldades, como corte orçamentário e o não investimento dos recursos arrecadados pelos fundos setoriais. O resultado se reflete no número de pesquisadores do país. “Os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico] têm 7.600 pesquisadores por milhão de habitantes. A Argentina tem mais de mil e o Brasil apenas 760”, disse.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados)

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15 junho, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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