Sem recuo
ITV: presidente deu sinal claro de que não compactua com qualquer tentativa de frear a Lava Jato
Michel Temer agiu como seus sucessores imediatos jamais agiram em relação ao episódio envolvendo o Romero Jucá, destaca a Carta de Formulação e Mobilização Política desta terça-feira (24). Segundo o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela, o presidente em exercício deu sinal claro de que não compactua com qualquer tentativa que venha a existir de frear a Lava Jato. O ITV também lembra a defesa feita pelo PSDB no começo do mês de que o novo governo assegure expressamente a continuidade de todas as investigações em curso – em especial as empreendidas no âmbito da Operação Lava Jato com foco no combate à corrupção. Confira a íntegra do documento:
Ninguém esperava que seria fácil. Mas poucos podiam imaginar que seria tão complicado o início do novo governo. Além de uma herança maldita capaz de transformar a vida de qualquer gestão num verdadeiro inferno, a administração Michel Temer está tendo de lidar com as consequências de suas próprias escolhas.
A saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento é, até agora, o evento de maior desgaste destas duas primeiras semanas de um governo que não teve trégua. Representa, contudo, uma atitude positiva e pode significar um acerto importante a indicar rumo mais sólido para os próximos passos do presidente em exercício.
Temer agiu como seus sucessores imediatos jamais agiram: afastou de pronto um auxiliar importante flagrado em conversas inconvenientes e inadequadas. Deu sinal claro de que não compactua com qualquer tentativa que venha a existir – se é que virá – de frear o ímpeto investigatório da Operação Lava Jato.
O presidente em exercício reagiu conforme os anseios daqueles que comemoraram sua ascensão ao topo do poder no Brasil. Agisse de maneira diferente, estaria repetindo seus antecessores petistas no cargo, que costumavam culpar o mensageiro pelos conteúdos indigestos das mensagens. Quantas vezes, ao longo destes 13 anos, o PT não passou a mão na cabeça de suspeitos?
Afastado do cargo, Romero Jucá terá oportunidade de explicar suas declarações e deixar claro a que efetivamente se referia. E o Ministério do Planejamento poderá sair da linha de tiro para cuidar do papel importante que lhe espera nesta hora: reconstruir os alicerces do Estado nacional destruído pelas gestões de Lula e de Dilma Rousseff.
Sobre as investigações, espera-se que prevaleça o respeito incondicional às exigências da sociedade brasileira: a continuidade do combate irrestrito à corrupção. Aliás, não há quem, em sã consciência, possa imaginar que haverá como barrar o trabalho até aqui exemplar feito por instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça.
Sobre este aspecto, vale lembrar o primeiro ponto da carta de princípios que a Executiva nacional do PSDB divulgou no início do mês para nortear sua posição em relação ao novo governo.
Em seu item inicial, diz ela: “É imperativo que o novo governo assegure expressamente que todas as investigações em curso – em especial as empreendidas no âmbito da Operação Lava Jato com foco no combate à corrupção – terão continuidade, sem serem submetidas a constrangimentos de quaisquer naturezas. Também estará garantida a independência funcional dos órgãos de controle externo e interno, como CGU e TCU, e de investigação e persecução criminais, como a Polícia Federal e o Ministério Público.” Que assim seja.
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