Golpe coisa nenhuma!
Para tucanos, manifestações dos EUA e Argentina reforçam legalidade do processo de impeachment de Dilma
As manifestações de nações como Estados Unidos e Argentina contestando a tese do “golpe”, repetida à exaustão por petistas e aliados, apenas comprovam a legalidade do processo que levou ao afastamento de Dilma da Presidência desde 12 de maio. Para deputados do PSDB, o processo em curso no Brasil mostra a maturidade da nossa democracia e das instituições nacionais.
Em debate no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, o embaixador americano na OEA, Michael Fitzpatrick, disse que o Brasil está seguindo o processo legal e de respeito à democracia. O representante argentino também se manifestou favorável ao processo.
“Era uma reação esperada”, disse o primeiro vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Luiz Carlos Hauly (PR). Para ele, não é surpresa que os países mais democráticos do mundo se manifestassem favoravelmente ao processo de impedimento. “É democrático, legal, constitucional e tem a chancela do Supremo Tribunal Federal”, enumerou.
Hauly reitera ser uma demonstração de maturidade democrática e política. Segundo ele, embora todo o processo de mudança seja traumático, a presidente afastada teve amplo direito de defesa. Ao final, prevaleceu o desejo da maioria da população e dos parlamentares.
Como se não bastasse a tese petista ter sido contestada no exterior, Dilma ainda terá de se explicar no STF. Por determinação da ministra Rosa Weber, ela tem prazo de dez dias para explicar o porquê de ter classificado como “golpe” o processo que determinou o seu impeachment.
De acordo com a deputada Mariana Carvalho (RO), não cabe mais falar em golpe. Ela reitera que Dilma e aliados enxergam apenas a perda de poder. ”Eles não pensam no Brasil, nas pessoas que estão perdendo emprego, nem nas futuras gerações. Só pensam neles, no partido e no seu grupo político”, reprovou.
Um dos resultados desse egocentrismo, segundo Mariana Carvalho, foi a nítida divisão entre as pessoas. “Ela acabou com o respeito às instituições, dividiu o país, e isso foi muito ruim”, reprovou. A deputada avalia que a posse do novo governo trouxe a esperança de ter no comando da nação quem não separe o país e trate a todos de forma democrática.
O governo interino de Michel Temer já determinou uma mudança de rumos na política externa brasileira. Logo depois de assumir o cargo de ministro das Relações Exteriores, José Serra emitiu dois comunicados rejeitando enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua e de outras entidades sintonizadas com o PT. O chanceler chamou de falsas as interpretações de que o impeachment seria um golpe de Estado.
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