Tirar o Brasil do buraco
Nova equipe econômica tem como desafio resgatar credibilidade destruída por petistas
O perfil dos nomes anunciados pelo governo Michel Temer para a equipe econômica traz uma nova perspectiva de resgate da credibilidade do governo brasileiro, que foi destruída pela gestão de Dilma Rousseff. Parlamentares tucanos avaliam que os nomes escolhidos têm trajetórias acadêmicas e profissionais que os credenciam para enfrentar o desafio de tirar o país do buraco.
Entre os profissionais anunciados nesta terça pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estão o do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. A indicação precisará passar pelo crivo do Senado Federal, conforme determina a Constituição. Também foram anunciados outros integrantes, como o titular da nova Secretaria de Previdência a ser criada no Ministério da Fazenda – o economista do Ipea Marcelo Caetano. Para a Secretaria de Acompanhamento Econômico, será nomeado Mansueto de Almeida.
CONHEÇA A NOVA EQUIPE ECONÔMICA
Economista, o deputado Marcus Pestana (MG) avalia que a equipe tem todas as condições de resgatar a credibilidade perdida pelo Brasil. O tucano lembrou a herança maldita de Dilma para dimensionar o tamanho do desafio: maior recessão desde 1930, queda brutal dos investimentos, indústria indo pelo ralo, desemprego que atinge 11 milhões de pessoas. “Para enfrentar uma situação como essa, é preciso uma equipe de alta qualidade. Meirelles é muito experiente e está formando uma boa equipe”, destacou.
Segundo Pestana, os brasileiros não suportam mais os efeitos da crise, “fruto dos absurdos equívocos na política econômica dos governos do PT”. “Temos que dar o choque de credibilidade agora e depois caminhar para as mudanças estruturais e as reformas necessárias. Não será nada fácil, mas é preciso enfrentar a crise de uma vez por todas”, defendeu.
O tucano elogiou a elevada capacidade técnica de escolhidos para o time de Meirelles. “Mansueto é um craque na política fiscal, um dos maiores especialistas em orçamento público. Nos ajudou muito na formulação do programa do PSDB apresentado nas eleições de 2014. Trata-se de um quadro extremamente bem preparado e experiente”, exemplificou o parlamentar, que também destacou as qualificações de Ilan Goldfajn, formado pela PUC-Rio com doutorado pelo instituto americano MIT.
Em março, Mansueto participou de evento promovido pelo PSDB e pelo ITV para debater caminhos para o Brasil na área social. Na ocasião, o especialista alertou que a dívida do governo havia atingido 67% do PIB e caminhava para se expandir ainda mais. Sua missão inicial no ministério é fazer um diagnóstico das deterioradas contas públicas.
O chefe da Fazenda anunciou, ainda, Carlos Hamilton, técnico licenciado do BC, para a Secretaria de Política Econômica. Na Receita Federal, será mantido Jorge Rachid. No Tesouro, continua Otávio Ladeira.
Na avaliação do deputado Otavio Leite (RJ), a nova equipe econômica encontrará um cenário de “escombros generalizados” provocado pelo desgoverno e pela corrupção do PT. Segundo ele, os escolhidos estão adotando procedimentos transparentes para ajudar a reconstruir o Brasil. “Tenho expectativa positiva para dar os primeiros passos rumo à estabilização que o país tanto precisa. Não vai ser fácil, mas é preciso dar o primeiro passo”, frisou.
EXECUTIVA RESPEITADA NO BNDES
Na segunda-feira (16), houve a confirmação do nome da nova presidente do BNDES: o da economista Maria Silvia Bastos Marques, que já foi diretora do banco, ocupou a presidência da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e também comandou a Secretaria de Fazenda da Prefeitura do Rio de Janeiro. Ela será a primeira mulher a comandar a principal instituição de financiamento de infra-estrutura e de longo prazo no país. Os ativos do BNDES somam quase R$ 1 trilhão.
“Maria Sílvia terá a oportunidade de abrir a caixa preta do banco, que serviu nos governos do PT, de Lula e Dilma, para agradar empresários amigos do rei e países ideologicamente alinhados com o petista, como Cuba, Venezuela e ditaduras na África”, destacou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), por meio de seu perfil no Facebook.
Executiva respeitada no mercado, a doutora em economia pela FGV terá a missão de mudar o foco do BNDES, buscando retomar investimentos produtivos. O deputado Rogério Marinho (RN) ressalta que, independentemente das questões de gênero, é preciso enfatizar o critério técnico dos auxiliares do novo governo.
“O que nos interessa é o critério técnico, é a capacidade e a articulação política que este governo terá para fazer o trabalho de reconstruir o país. O Brasil está destroçado, por isso não podemos ficar com suscetibilidades. Temer levou em consideração o desenho político do Congresso e o perfil técnico dos seus indicados”, afirmou. “Maria Silva é respeitada, tendo grande experiência no mercado e no setor público”, destacou Pestana.
(reportagem: Marcos Côrtes, com Agência PSDB/ fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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