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Em protesto no Plenário, tucanos cobram saída de Waldir Maranhão da presidência da Câmara
Em protesto na sessão desta terça-feira (17), deputados do PSDB cobraram a saída do presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA). Os tucanos argumentam que a Câmara está paralisada e Maranhão não tem condições de presidir os trabalhos. A primeira sessão deliberativa do plenário no governo Temer foi encerrada sem votações.
VACÂNCIA
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), foi impedido de discursar com o fim abrupto dos trabalhos. “A sessão foi encerrada sem que pudéssemos manifestar nosso protesto pela falta de credibilidade e por tudo o que aconteceu. É um vexame, a Câmara não pode continuar assim”, lamentou.
Imbassahy defendeu que o presidente interino seja afastado imediatamente e que o cargo de presidente da Câmara seja declarado vago. Segundo o líder, o Legislativo tem a obrigação de votar medidas para recuperar o Brasil, o que não acontecerá na gestão de Maranhão.
Assim que assumiu o cargo, o presidente interino tentou anular a sessão que aprovou a admissibilidade do impeachment de Dilma, realizada no dia 17 de abril. Ele revogou a decisão na madrugada do dia seguinte. Com a medida, Maranhão traiu a confiança dos deputados e perdeu credibilidade, ressaltou o deputado Domingos Sávio (MG).
“Ele cometeu uma afronta ao regimento da Casa, faltou com o decoro parlamentar porque desrespeitou decisão soberana do plenário ao tentar anular o processo de impeachment. O mínimo que ele poderia fazer para amenizar o grave erro seria renunciar”, disse. Sávio acrescenta que a falta de condução dos trabalhos prejudica o país, que aguarda a votação de matérias importantes.
A Câmara não consegue trabalhar porque a cadeira da presidência está vazia, declarou o deputado Eduardo Cury (SP) em vídeo postado nas redes sociais após encerramento da sessão. “O presidente interino não consegue tocar uma sessão. O Brasil precisa votar reformas importantes e nós não temos comando”, completou.
A falta de condução dos trabalhos e a ausência de votações em plenário desde a última semana geram um processo de desgaste, alertou o deputado Miguel Haddad (SP). A tentativa de anular a votação do impeachment o desqualificou para a função, acredita o tucano. “Não há mais como conduzir os trabalhos, após a medida adotada em relação ao processo do impeachment, medida que foi um erro inoportuno, inadequado, sem qualquer respaldo legal”, explicou.
Para o tucano, Maranhão não reúne condições de se manter na presidência. Haddad reforçou o coro pelo afastamento de Maranhão. “Que deixe a cadeira para que nós possamos, de fato, reconduzir o país, com esse novo governo e novas ações, ao seu desenvolvimento, a melhores oportunidades, à geração de empregos”, afirmou.
O momento é decisivo para os brasileiros e a Câmara precisa superar esse impasse para voltar a deliberar propostas, destacou Marcus Pestana (MG). A saída é o afastamento da presidência. “Ele vendeu a instituição, subestimou 367 deputados que votaram pelo impeachment. Ele não pode ficar, tem que renunciar imediatamente”, declarou.
O vice-presidente nacional do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), reagiu com indignação a mais um encerramento de sessão na Câmara sem qualquer discussão ou deliberação. Sampaio pede o afastamento definitivo de Maranhão, por considerar que ele não tem a “estatura moral” que o cargo exige.
“Acabamos de presenciar mais uma vergonha promovida pelo presidente da Câmara interino, Waldir Maranhão. Ele acaba de encerrar os trabalhos sem que tenhamos discutido qualquer projeto de lei ou medida provisória de interesse do Brasil. É inacreditável”, protestou Sampaio, em vídeo postado na sua página no Facebook.
O tucano continuou: “Depois de ter anulado o impeachment da presidente Dilma, causando insegurança e intranquilidade jurídica e política no país, agora estamos há dez dias sem votar absolutamente nada, em razão da sua desqualificação moral para estar à frente da presidência da Câmara. Nós não vamos sossegar até conseguirmos afastar definitivamente o Maranhão da presidência desta Casa”.
(Foto: Alexssandro Loyola)
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