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Saída de Dilma do Planalto abre perspectivas de dias melhores para os brasileiros

Vários deputados acompanharam a histórica sessão do Senado e comemoraram o resultado.

Quase sete meses após a apresentação do pedido de impeachment na Câmara, o Senado aprovou, às 6h34 deste manhã, a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma por 55 votos a favor e 22 contra. Nas duas Casas legislativas o PSDB se posicionou a favor do impeachment, em sintonia com milhões de brasileiros que foram às ruas em defesa da causa. Deputados tucanos avaliam que o Brasil vira uma página de sua história e vislumbra novas perspectivas diante da ascensão do governo de Michel Temer.

“Agora surge uma nova etapa para o país. O nosso compromisso é trabalhar bastante para trazer de volta a esperança da população e fazer um Brasil melhor”, destacou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), que esteve presente na histórica sessão. 

GOLPE COISA NENHUMA

Assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaina Paschoal, o documento de 64 páginas protocolado em 21 de outubro de 2015 teve o apoio de 45 movimentos sociais e apontou claramente os crimes de responsabilidade cometidos pela petista. Após a aceitação da denúncia em dezembro, tanto a Câmara quanto o Senado seguiram rigorosamente o rito do impeachment estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, fracassaram todas as manobras do PT e aliados para tentar barrar o processo, colocando por terra a surrada tese do golpe.

O fundamento jurídico do impeachment de Dilma é bastante consistente: a prática reiterada de operações de crédito ilícitas com bancos oficiais, as chamadas “pedaladas fiscais”, e a abertura de créditos suplementares em conflito com a lei orçamentária.  Com a decisão legal do Congresso, Dilma deixa o Planalto com um legado desastroso. Reprovada por ampla maioria da população brasileira, a petista entra para a história como a responsável pelo maior estelionato eleitoral da história e por ter arruinado a economia brasileira, que amarga uma dura crise.

A POSTOS PARA AJUDAR O BRASIL

Diante do começo de uma nova página da história nacional, o PSDB está pronto para contribuir para a superação da crise. No último dia 3, após reunião da Executiva Nacional, o partido entregou a Temer uma carta com 15 pontos, intitulada “Princípios e valores para um novo Brasil”. O primeiro deles exige o combate irrestrito à corrupção e o apoio às investigações da Operação Lava Jato, garantindo independência à Polícia Federal e ao Ministério Público.

Ao chamar a atenção para a importância da decisão do Senado, Vitor Lippi (SP) lembrou que o Brasil sofreu muito com o governo Dilma, “o pior das últimas décadas”. Desemprego de 11 milhões de pessoas, elevado endividamento da população, penúria federal, estadual e municipal, crise na saúde, aumento da criminalidade e “recorde absoluto” de corrupção no Brasil e no mundo foram elementos citados pelo parlamentar. 

Para tucano, é preciso mudar essa página. “A melhor forma de o PSDB ajudar o Brasil e os brasileiros é dando o apoio que este governo de transição  precisa pra recuperar o país. Precisamos retomar o ambiente de negócios, recuperar as oportunidades de geração de empregos e proporcionar uma nova expectativa de confiança”, apontou.  

Já Eduardo Cury (SP) considera que essa quarta-feira é da maior importância para o país. “Não é simplesmente o afastamento da presidente, mas é o fim de um ciclo perverso que começou nos anos 90”, resumiu o tucano. Para Cury, o projeto de poder petista implicava risco pra democracia e para a economia . “E agora o país, por meio de Michel Temer, vai ter que reconstruir tudo isso”, destacou.  Segundo o tucano, o PSDB vai dar o seu apoio nessa fase da transição e espera que as reformas necessárias sejam executadas.

Para Rocha (AC), ficou mais do que claro durante todo o processo o cometimento dos crimes apontados na denúncia dos juristas. O tucano lembrou que nem foram levados em conta outros graves fatos que vieram à tona posteriormente, como a delação premiada do senador cassado Delcidio Amaral, que era líder do governo.  “O momento é de união e de reconstruir o que foi destruído nos últimos anos. O PSDB tem papel fundamental nisso. Além da experiência, a legenda tem excelentes quadros para contribuir com essa missão”, declarou. 

De acordo com o deputado Lobbe Neto (SP), o afastamento de Dilma atende à vontade da maioria dos brasileiros. “Temos que comemorar a libertação do país do lulopetismo, que utilizou toda a estrutura pública de forma partidarizada. Agora será preciso fazer um governo de coesão para corrigir os inúmeros erros cometidos por ela”, alertou.

No mesmo sentido, a deputada Shéridan (RR) disse que os partidos precisarão se unir em torno de um projeto maior, que é o Brasil. A parlamentar acredita que o momento agora é de prudência, especialmente diante das dificuldades deixadas pela presidente afastada.

“Há um resgate da esperança que foi roubada pelo governo do PT. Mas precisamos de prudência e esperar para sabermos como o novo governo vai se comportar. Nesse momento estaremos lidando mais com o mecânico do que com o piloto, pois há muito mais para se consertar do que para conduzir”, afirmou.

Já o deputado Domingos Sávio (MG) aponta que o afastamento de Dilma tem um importante valor simbólico para a retomada da confiança nacional. “Interrompemos um ciclo negativo. Já há o que se comemorar, pois está aberta a possibilidade de começar um novo ciclo com a participação daqueles que pretendem fazer um governo sério a favor de um país e não de um partido ou grupelho”, disse.  

(Da redação/foto: Beto Barata – Agência Senado)