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Discurso de Dilma reflete inconformismo com a derrota, avalia Miguel Haddad
Após ser afastada da Presidência da República pelo Senado Federal por 55 votos a 22, a presidente Dilma defendeu, em discurso nesta quinta-feira (12), no Palácio do Planalto, a manutenção de seu mandato. A petista insistiu em classificar o processo de impeachment como “golpe” e afirmou que as “pedaladas fiscais” foram “atos legítimos” de gestão orçamentária. Na avaliação do deputado Miguel Haddad (SP), as afirmações da presidente refletem o “inconformismo” do PT com a decisão do Senado.
“A grande fraude foi o processo eleitoral, quando Dilma deu as ‘pedaladas’ para induzir a população a um erro apenas para ganhar as eleições. Não há golpe, nunca houve. O processo é legal e foi amplamente acompanhado pelo Judiciário. A verdade é que Dilma e o PT arruinaram o país. Tudo isso é argumento de quem está inconformado com o seu fim”, disse.
Acompanhada de ministros, governadores e parlamentares do PT, Dilma assumiu que pode ter cometido erros, mas não os considera “crimes”. Segundo ela, o processo é “fraudulento”, “injusto” e traz riscos ao país.
Para o parlamentar, a decisão pelo afastamento da petista não é ação de um partido, mas sim do povo brasileiro, que, durante 13 anos, sofreu com os desmandos do governo petista. “Não existe uma única família que não tenha alguém desempregado. São mais de 11 milhões de pessoas sem trabalho. A saída de Dilma é uma vitória do povo. Começa, agora, uma nova fase, um novo momento, com apoio popular, do Congresso e do Judiciário. Não há mais o que se discutir, Dilma já é passado”, completou.
NOVA ETAPA
Dilma foi notificada da decisão do Senado e já se afastou de suas funções. O vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente a Presidência. Os senadores terão o prazo máximo de 180 dias para processar e julgar a presidente. Se ao fim do processo o impeachment for consumado, Temer assumirá a cadeira definitivamente – e Dilma se tornará ex-presidente da República.
Na votação do impeachment na Câmara e no Senado, o PSDB se posicionou 100% a favor da saída de Dilma, em sintonia com milhões de brasileiros que foram às ruas em defesa da causa. Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), o Brasil vira uma página de sua história e vislumbra novas perspectivas diante da ascensão do governo de Michel Temer. “Agora surge uma nova etapa para o país. O nosso compromisso é trabalhar bastante para trazer de volta a esperança da população e fazer um Brasil melhor”, destacou.
(Da Agência PSDB/foto: Alexssandro Loyola)
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