Novos desafios
Aécio se reúne com bancada na Câmara e destaca agenda para Brasil superar “gravíssima crise”
Após participar de reunião com a bancada do PSDB na Câmara nesta terça-feira (26), o senador Aécio Neves (MG) afirmou que o partido não condicionará apoio a Michel Temer à ocupação de cargos, caso ele assuma a Presidência da República nos próximos dias. Presidente da sigla, o senador destacou que estão sendo formuladas propostas a serem apresentadas na próxima semana.
REUNIÃO DA EXECUTIVA DIA 3
“A convergência do PSDB é em torno de uma agenda de salvação nacional que permita a reanimação da economia e a recuperação, principalmente, do emprego no Brasil”, declarou o tucano após o encontro. Ainda segundo ele, há uma disposição clara do partido de contribuir para a superação do que chamou de “gravíssima crise” na qual o governo do PT e a presidente Dilma mergulharam o país.
“Faremos uma reunião da Executiva na terça-feira e vamos enumerar pontos na área econômica, compromissos na área social, redução e qualificação do Estado. Além daquele que será o nosso primeiro ponto nessa agenda: o apoio integral a continuidade da Operação Lava Jato e fortalecimento de todos os órgãos de controle do país”, explicou Aécio ao lado de vários deputados como o líder tucano na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). A reunião está marcada para 3 de maio.
Caso o Senado decida pela continuidade do impeachment da presidente Dilma, o vice-presidente deve assumir o governo já na primeira quinzena de maio. Aécio afirmou que Temer tem o direito de buscar quadros em todos os partidos, inclusive no PSDB, que, segundo afirmou, possui grande responsabilidade por ter defendido o impedimento de Dilma desde o início. Por essa razão o partido não deve se abster de dar contribuições no sentido de agregar avanços ao país.
Sobre as especulações de que o senador José Serra estaria sendo cotado para assumir uma pasta em eventual governo Temer, Aécio reforçou que caberá ao vice-presidente, caso assuma o Planalto, fazer suas escolhas. O PSDB, segundo ele, não se oporá a participação de seus membros caso Temer adote as propostas que o partido irá apresentar. “Se Michel quiser nomes do partido ele deverá procurar a direção do partido para a discussão. Nosso objetivo não é criar dificuldades, mas o que nos une é criar uma agenda de compromissos na questão econômica, social e moral. Não vamos condicionar apoio a cargos”, reiterou.
O secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), reforçou a decisão tomada pelo partido. “Se houver um convite, o partido vai avaliar, mas antes disso teremos que saber qual será a resposta quanto às propostas que vamos apresentar”, ponderou.
De acordo com Torres, o apoio congressual existirá sem nenhuma exigência de cargos. A exigência, reforçou, é a adoção das propostas que serão formuladas e apresentadas pela legenda, como o apoio à Operação Lava Jato, reforma política, profissionalização do governo, revisão do pacto federativo. Essas e outras sugestões ainda serão, segundo ele, sistematizadas até a reunião da Executiva.
(Reportagem: Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola e George Gianni)
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