Artigo: A Luz no fim do túnel, por Luiz Carlos Hauly
O Senado caminha para abrir o julgamento da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. A decisão será tomada até o início da segunda semana de maio e a estimativa, baseada nas manifestações dos membros da comissão especial, é de que Dilma seja afastada enquanto espera a sentença. A volta dela ao cargo é uma hipótese remotíssima. E sombria.
Surge, portanto, a tão esperada luz no fim do túnel. A contagem regressiva para acioná-la foi iniciada em 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados deu sinal verde para o julgamento do Senado.
Livrar-se de Dilma, e o quanto antes, não é uma questão jurídica nem política, mas de sobrevivência nacional: ela, seu mentor Lula e o PT são a causa e o instrumento da profunda crise econômica, política e moral por que atravessamos. A despeito da propaganda de seu mentor, que a apresentou como a “gerentona”, Dilma jamais teve condições de administrar nada – prova disso é a lojinha de produtos populares, sua única investida na iniciativa privada, que levou à falência. Com base nesse portfólio acabrunhante, foi-lhe entregue, duas vezes, o comando do país. Deu no que deu.
O vice Michel Temer a sucederá. Por quanto tempo não se sabe; o que se sabe é que, mesmo que o sucessor não fosse Temer, o político eficiente, ponderado e respeitoso que a nação terá a oportunidade de conhecer melhor em breve, qualquer um seria melhor que Dilma. É a tese Tiririca – que, aliás, votou pelo julgamento da presidente: “Pior que está, não fica!’’.
A partir da admissibilidade do julgamento de Dilma, o Brasil vive – apesar dos problemas que o afligem – um clima de esperança, a esperança que Dilma foi incapaz de alimentar. Temer é o instrumento de consumação dessa esperança, e a ele devemos nos agarrar como o náufrago à boia. Temer pode não ser a alternativa que muitos brasileiros esperavam, mas é a que temos e a que nos está sendo apresentada pelo rito constitucional, acatado rigorosamente pelos deputados e agora pelos senadores. Rito – é importante que se registre – avalizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Um governo de coalizão nacional – excetuando-se, claro, petistas e seus cúmplices –, composto por políticos e técnicos experientes e éticos, é o que se exige no pós-Dilma. Todos os partidos de oposição a Dilma, Lula e o PT devem colaborar com esse governo, seja indicando membros para compô-lo, seja apoiando-o no Congresso.
A reconstrução do país será longa e árdua, e só se viabilizará se houver a união das forças políticas não comprometidas com o caos moral, administrativo e político provocado pelo PT. A missão dos agentes públicos, neste momento decisivo para o país, é contribuir para que, uma vez acesa a luz no fim desse longo e tenebroso túnel em que nos meteram, ela seja intensa e perene.
*Deputado Luiz Carlos Hauly (PR)
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