Sessão tensa, vitória e desafio, por Silvio Torres
Já passava das 22h, da noite de domingo 17 de abril, quando votei SIM ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Pouco depois o resultado final: de 367 deputados, 137 contrários e 7 abstenções, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório pró-impeachment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente da República por crime de responsabilidade.
Depois de uma discussão de 53 horas, a sessão (que durou quase seis) foi tensa, iniciada com princípio de tumulto. Cada voto dos 511 deputados – estavam ausentes Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Clarissa Garotinho (PR-RJ) – independente do lado foi comemorado. O voto de número 342, mínimo para garantir o julgamento pelo Senado, foi celebrado pelos partidários do impeachment, que tiveram apoio de deputados de 22 partidos, que atenderam ao clamor das ruas. Apenas PSOL, PT, e PCdoB não deram votos a favor do impedimento da presidente Dilma.
Havia projeções que já indicavam número bem expressivo de votos. Mas nós confirmamos isso quando vimos que o próprio governo já tinha jogado a toalha. A expectativa no processo no Senado é que a admissibilidade tenha tramitação rápida.
Mas, posteriormente, acho que vai haver mais dificuldade. Enquanto isso, o Michel Temer vai viver um grande desafio. Vai ter uma oposição acirrada contra ele. Vão tentar enfraquecer o governo dele e fortalecer a ideia de fazer novas eleições. O grande desafio de Temer é ter uma condução política forte.
Da parte do PSDB, o partido vai ter muito boa vontade, porque as propostas do Temer coincidem com várias das propostas do Aécio, em 2014. Vamos apoiar o projeto, independente de fazermos ou não parte do governo.
(*) Silvio Torres é secretário-geral do PSDB e deputado federal por SP. (Foto: Alexsandro Loyola)
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