Sem argumentos
Tucanos defendem impeachment e criticam postura de Dilma de se colocar como vítima
Deputados do PSDB criticaram a tentativa da presidente Dilma de se mostrar à nação como vítima e omitir sua responsabilidade sobre os fatos relacionados a ela e apontados na denúncia que pede seu impedimento. Na última segunda-feira (18), um dia após a aprovação da continuidade do processo de impeachment pela Câmara, Dilma se disse injustiçada e inocente, ignorando a consistência das denúncias que apontam o cometimento de crime de responsabilidade.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional, que relatório da comissão processante aprovado pela Câmara seguiu rigorosamente as decisões da Suprema Corte e da Constituição Federal. “Realmente não tem nenhum cabimento isso. Para uma presidente que mentiu para os brasileiros, que tentou obstruir as investigações da Lava Jato, que queria proteger um ex-presidente da Justiça, o ex-presidente Lula, isso é muito feio. Não dá para vir com esse tipo de conversa que não convence a ninguém”, alertou.
A presidente é acusada de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e improbidade administrativa, por não ter punido subordinados no escândalo da Petrobras, e também por ter aumentado gastos que não estavam no Orçamento, sem autorização do Congresso. O mais evidente dos crimes foi ter usado entes públicos para financiar o governo, nas chamadas pedaladas fiscais.
Imbassahy afirmou que Dilma violou o artigo 85 da Constituição Federal, o artigo 10 da lei que trata dos crimes de responsabilidade fiscal, a lei 1079 de 1950, e também infringiu o artigo 4º da lei orçamentária de 2015, e teve amplo direito de defesa.
Em suas redes sociais, o deputado Daniel Coelho (PE), também deixou sua mensagem sobre o comportamento da presidente ao comentar o resultado da votação na Câmara. “Dilma na TV dizendo que foi injustiçada. O que custava pedir desculpas pelos erros, mentiras e pela corrupção? Não perde a arrogância”, apontou o 1º vice-líder tucano.
Em sua primeira declaração pública desde a derrota na Câmara, a presidente Dilma Rousseff afirmou que teve os “sonhos e direitos torturados”, se sentiu “indignada” e “injustiçada” com a aprovação do impeachment.
Mas, para o deputado Célio Silveira (GO), esse discurso de “injustiçada” é a única arma que Dilma tem, já que para ele o mandato de presidente está no fim. Ele ressalta que não foi cometida nenhuma injustiça contra ela, mas sim que está provado em lei que a presidente cometeu crimes de responsabilidade.
Para os tucanos, essa é uma cena que deve se repetir outras vezes nos próximos dias. Célio acredita que Dilma insistirá que é inocente, quando na verdade deveria fazer um pedido de desculpas por ter cometido tantas irregularidades. “O que ela deveria fazer era pedir desculpas por ter mentindo ao país para ganhar as eleições, por ter suplementado orçamento sem pedir autorização ao Congresso e por todas as mentiras que ela disse aos brasileiros”, rebateu o tucano.
(Reportagem: Elayne Ferraz/fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
Deixe uma resposta