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Bruno Covas: só sobrou para o partido do governo o discurso de “golpe”

Em nome da liderança da Oposição, o deputado Bruno Covas (SP) defendeu em plenário, nesta sexta-feira (15), o impeachment da presidente Dilma e apontou inúmeras irregularidades cometidas pelos governos do PT, entre elas as pedaladas fiscais, que embasam o pedido de impedimento 25843199383_3c9f7184a2_kprestes a ser votado pela Câmara.

Covas afirmou que o governo do PT possui “uma raiz obscura”, que ocultava o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel e que, para formar maioria, cooptava apoio com o mensalão e o petrolão, como já foi revelado pela Operação Lava Jato.

“Uma raiz que queria e quer um projeto bolivariano para o país. É esta raiz que agora se torna também aparente para o Brasil, que fez com que o atual governo atentasse contra a Constituição, desrespeitasse a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), atentasse contra os princípios orçamentários e pervertesse a independência e a harmonia entre os três poderes”, apontou. 

Ao citar as acusações constantes no pedido de impeachment, o parlamentar disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias permitia que o governo abrisse créditos por decreto, desde que não comprometesse a meta de superávit. Mas, mesmo sabendo que não ia cumprir essa meta, o governo editou seis decretos que abriram créditos de R$ 2,5 bilhões. Dessa forma, o tucano garante que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade.

Além disso, o deputado apontou as chamadas pedaladas fiscais. Conforme lembrou, o governo utilizou recursos da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do BNDES de forma indevida. Segundo ele, foram R$ 70 bilhões entre 2011 a 2015, sendo que só no ano passado, ou seja, no mandato atual, foram R$ 17 bilhões.

“O artigo 36 da LRF é claro: é proibida a operação de crédito entre a instituição financeira controlada e o ente da Federação que a controla”, explicou Covas. “Devemos, portanto, aprovar, sim, a admissibilidade [do impeachment], para que o Senado possa processar e julgar a presidente Dilma pelos crimes que ela cometeu”, defendeu.

O parlamentar rebateu a tese pregada aos quatro cantos pelo PT de que o impeachment é golpe. “Sobrou para o partido do governo o discurso de golpe. Golpe deram eles nos mais jovens, com o discurso da pátria educadora. Golpe querem dar na Operação Lava Jato, destruindo o instituto da delação premiada. Golpe deram nas regras democráticas, mentindo para o povo em 2014. Golpe deram na sociedade brasileira, com essa contabilidade criativa”.

As irregularidades cometidas por Dilma e seu governo geraram uma série de consequências danosas para o país, conforme destacou o deputado. Ele citou como sinônimos desse desgoverno a inflação e os juros altos, o desemprego e a escalada da dívida pública. Para o tucano, além da crise econômica, o governo foi responsável por dividir o povo brasileiro e promover uma grave crise moral. “É por essas e outras que eu vou votar sim, pela admissibilidade, para que possamos resgatar a esperança em nós mesmos, nas instituições, na democracia e no nosso país”, anunciou o tucano.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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15 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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