Vergonha!

Negociata petista contra o impeachment envergonha o país, dizem deputados

Para deputados, balcão de negócios não vai evitar a vitória na votação de domingo, assim como aconteceu na noite de segunda na comissão do impeachment.

Deputados do PSDB consideram vergonhosa a negociação promovida pelo governo em busca do apoio dos parlamentares indecisos no processo do impeachment. Os tucanos afirmam que a tentativa de barganhar votos em troca de cargos, emendas e até dinheiro será lembrada pelos eleitores. Eles acusam o ex-presidente Lula de ser o articulador desse jogo baixo. Segundo a imprensa tem noticiado, o petista está hospedado em um hotel de luxo em Brasília, onde recebe os indecisos e lhes propõe vantagens.

De acordo com a Folha, pessoas que participaram de conversas com Lula dizem que o ex-presidente tem resumido as negociações com a frase: “o que você precisa para ficar com a gente?”. O petista promete recompensar os que se mantiverem fiéis, caso Dilma permaneça no poder e demonstra que será o verdadeiro comandante do governo.

CONVENCIMENTO DOS INDECISOS

Para a deputada Geovania de Sá (SC), não existem deputados realmente indecisos, mas sim deputados que estão esperando a  oportunidade para negociar o voto. “Com certeza isso não é bem visto pelos brasileiros, principalmente por quem quer o impeachment da presidente. Eles estão passando de todos os limites, não estão pensando no futuro da nação. Estão pensando neles e em se sustentar no poder”, criticou.

A tucana afirma que as atitudes do governo e do ex-presidente Lula são uma vergonha para o país. “Tenho vergonha de quem pratica isso na nossa nação. Mais uma vez eles estão tentando se segurar no poder, negociando cargos com esses deputados que não se decidiram a favor do impeachment”, aponta a deputada. Ela ressalta que, no próximo domingo (12), será preciso se posicionar. Para ela, é inadmissível que deputados faltem no dia da votação, como tem sido proposto por interlocutores do Planalto.

Até o início desta tarde, o “Mapa do Impeachment”, do Movimento Vem Pra Rua, registrava que 89 deputados permaneciam indecisos quanto ao impeachment. Pelo levantamento diário do Estadão, seriam 61 e outros 49 não quiseram responder. A maioria desses parlamentares é de partidos do chamado “centrão”: PSD, PP e PR. É para esses deputados que Lula e os ministros de Dilma têm oferecido cargos, liberação de emendas e, segundo a imprensa, até mesmo dinheiro.

O deputado Lobbe Neto (SP) acredita que a atitude de Lula é criminosa e remete às mesmas práticas adotadas com o mensalão e o petrolão. Na avaliação do parlamentar, é importante que o eleitor acompanhe as decisões de seu deputado. “O acompanhamento tem que ser direto, do posicionamento de cada um no dia a dia. Essa é uma questão política”.

Além disso, é preciso que a Justiça tome as devidas providências. “Está na hora de a Justiça pôr um fim nisso, dar um paradeiro nessa situação vexaminosa que o país atravessa”, defendeu.

Mesmo com a investida agressiva do Planalto, o deputado Elizeu Dionizio (MS) acredita que o impeachment será aprovado. “Tenho a convicção de que no final de semana aprovaremos o impeachment no plenário. Não vai adiantar o governo comprar o voto de parlamentares com cargos ou recursos de emendas. A consciência vai falar mais alto”, destacou.

Apesar da negociata em curso, Nilson Pinto (PA) se diz confiante quanto ao resultado final na Câmara e acredita que a vitória do impeachment virá em resposta aos anseios da população brasileira. “Com certeza a Câmara vai representar corretamente os anseios da população e a sociedade está reconhecendo que a Casa tende a fazer isso de forma correta”, disse. “Estamos fazendo aquilo para o qual fomos chamados, aquilo para o qual fomos delegados pela população”, acrescentou. O deputado acredita que nessa reta final é importante reunir mais aliados. “É importante que essa vitória seja maiúscula para expressar o sentimento da maioria esmagadora do povo brasileiro”, disse Nilson Pinto.

Para Duarte Nogueira (SP), a mobilização da sociedade é fundamental para convencer os indecisos a votarem pelo impeachment. “Agora é convencer a sociedade, mobilizar ainda mais, não deixar as ruas nem as redes sociais, conversar com os seus parlamentares e lideranças políticas pedindo que votem favoráveis ao impeachment. O Brasil não pode continuar parado, sofrendo. A juventude não podendo trabalhar, porque o desemprego assola principalmente o jovem brasileiro. A economia está parada e isso leva ao desemprego. Mais de 280 pessoas ficam desempregadas no Brasil por hora, fruto desse governo horrível e desgovernado do PT”, declarou.

(Reportagem: Djan Moreno e Elayne Ferraz, com Agência PSDB/ Foto: Alexssandro Loyola)