Chegou a hora
Momento é crucial para o país e posição de cada deputado ficará marcada na história, destaca líder
O Brasil vive um momento histórico e todos os olhos estão voltados ao Congresso Nacional, afirmou nesta segunda-feira (11) o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). O deputado discursou na comissão do impeachment, que desde a última semana discute o parecer apresentado pelo relator, Jovair Arantes. O relatório será votado até o fim do dia.
Nesse momento crucial da democracia, os parlamentares definirão o futuro do país em nome dos milhões de brasileiros que elegeram seus representantes. “A história nos marcará para sempre pelo voto dado”, completou o líder.
O tucano ressaltou o trabalho desempenhado pela comissão especial, que respeitou as regras e prazos determinados pela Constituição e pelo Supremo Tribunal Federal. O colegiado garantiu a palavra tanto aos autores da denúncia quanto à defesa da presidente Dilma. A petista teve, portanto, assegurado amplo direito de defesa, frisou Imbassahy. Além disso, o relatório é consistente e conclui que a presidente praticou crime de responsabilidade.
O parecer destaca as pedaladas fiscais, nome dado à manobra pela qual bancos públicos financiaram o Tesouro. O Tribunal de Contas da União (TCU) comprovou que a prática das pedaladas continuou em 2015, dentro do atual mandato.
“A própria presidente Dilma Rousseff confessa que recorreu às pedaladas ao dizer que outros também as praticaram. E mente ao querer que entendam que agiu assim apenas para pagar benefícios como o Bolsa Família”, alertou Imbassahy. Documento encaminhado pelo governo à Comissão de Orçamento revela que apenas 3% da dívida foram usados no pagamento de programas sociais. Já o BNDES recebeu 40% do montante para financiar empresas dos amigos do ex-presidente Lula.
Outro forte argumento para a abertura do processo de impeachment no Congresso é a abertura de créditos suplementares por decreto sem autorização do Congresso. Como afirmou a advogada Janaína Paschoal, autora da denúncia ao lado de Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, “estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade”.
Para o líder, ao maquiar os números para ocultar o rombo nas contas, Dilma mentiu à população e criou a ilusão de que o país caminhava bem. “Esses crimes são de tal ordem graves que permitiram esconder a realidade das contas públicas e resultaram na crise que penaliza fortemente as famílias brasileiras, principalmente as que mais precisam, com desemprego recorde, inflação alta e perda de renda”, declarou o tucano.
PASSADO COMPROMETEDOR
Imbassahy revelou à comissão a incoerência do Partido dos Trabalhadores ao lembrar fatos do passado. O PT votou contra o texto da Constituição, em 1988, e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000. Os criadores do discurso de “golpe” são os mesmos que apoiaram 50 pedidos de impeachment contra Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco e Fernando Collor.
Segundo o líder, chegou a hora de optar pelo Brasil que o povo quer. De deixar para trás o governo de uma presidente que mentiu, tirou direitos dos trabalhadores, derrubou a economia, desrespeitou a instituições e permitiu que um gigantesco esquema de corrupção funcionasse em seu governo.
“Não é este Brasil que os milhões de brasileiros que protestam lá fora, mobilizados em todos os cantos deste país, querem. Temos a obrigação de votar pelo Brasil que seja capaz de devolver às famílias os empregos, a renda consumida pela inflação e os sonhos ceifados pelas mentiras contadas ao longo desses 13 anos”, completou o deputado.
(Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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