Recessão

Para Fábio Sousa, Brasil vive crises moral, econômica e no relacionamento entre poderes

Para o deputado Fábio Sousa (GO), o Brasil vive hoje a maior crise no relacionamento entre os três poderes. O Executivo não dá mais abertura e o Judiciário é chamado a intervir em assuntos alheios à sua competência. “Vivemos uma crise de autoridade no Brasil. Temos um sistema presidencialista, mas a presidente não conduz”, afirmou em discurso na comissão especial que analisa o impeachment.

A situação da economia também é crítica: a população sente no bolso os efeitos da recessão. O endividamento público é histórico, o desemprego atinge mais de 10 milhões de pessoas e a inflação devasta o salário do trabalhador. “A situação é de total estagnação. Vamos entrar em uma depressão econômica, algo que não acontece há décadas”, alertou. O governo está endividado, assim como a população, completou Sousa. O brasileiro está sobrevivendo com todo tipo de financiamento, empréstimo e cheque especial.

A crise moral também é notória. No maior escândalo de corrupção da história do país, o petrolão, bilhões de reais foram desviados da Petrobras. “Há 15 anos ninguém pensava que a Petrobras poderia chegar aonde chegou”, completou. Após meses de investigação, a denúncia contra a presidente Dilma chegou à Câmara e a comissão foi instalada. O processo tem obedecido a todos os preceitos legais e ao rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal, explicou o tucano.

O tucano demonstrou preocupação com o período pós-impeachment. Segundo ele, é hora de buscar união nacional e trabalhar para construir o país que a população deseja. Na avaliação de Sousa, o impeachment não pode ser interpretado apenas como o fim do governo Dilma. “Precisamos derrubar o sistema político que esse governo representa. Um sistema de cooptação, de se eleger ‘fazendo o diabo’”, reforçou.

(Foto: Alexssandro Loyola)