Discussão do impeachment


1º deputado do PSDB a falar, Rogério Marinho alerta para inédita degradação ética, moral e econômica

O deputado Rogério Marinho (RN) traçou um quadro dos sucessivos problemas enfrentadas pelo Brasil atualmente e destacou, durante discurso na comissão do impeachment, que a presidente Dilma é a responsável direta pelas mazelas da economia nacional graças aos crimes de responsabilidade apontados pela denúncia formulada contra ela, pela corrupção promovida em seu governo e pelo aparelhamento do Estado realizado por seu partido.

Marinho foi o primeiro deputado do PSDB a se pronunciar, nesta sexta-feira (8), durante a sessão da comissão especial do impeachment que debate o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO). Em seu discurso, o tucano apontou que o texto de Arantes é “sóbrio” e “lúcido” e “retrata o que realmente aconteceu”.O tucano é um dos suplentes do PSDB no colegiado.

O fato de Arantes ter se atido aos itens da denúncia apresentada pelos juristas Miguel Reale Junior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal foi elogiado pelo deputado. Isso é importante, segundo ele, para que não haja tentativas de provocar a nulidade do processo.

Apesar disso, Marinho lembrou que os crimes cometidos por Dilma Rousseff vão além da assinatura de decretos sem autorização do Congresso Nacional, como prevê a lei, e das chamadas pedaladas fiscais. Para ele, o Brasil enfrenta a maior crise de sua história republicana e isso se deve às diversas irregularidades cometidas nos governos petistas.

“Não há registro de uma degradação ética, moral e econômica como neste governo”, avaliou. Para ele, Dilma é a responsável por um governo que “surrupia a esperança das pessoas” com suas ações fisiológicas, intervenção na economia e aparelhamento do estado. Como se já não bastasse, ressalta, nada estanca a sanha do PT, que “estabeleceu um bazar a céu aberto para descrédito e desonra do Brasil”.

O tucano apontou o descontrole de um governo comandando por um partido cheio de tentáculos em organizações como CUT, MST e UNE, a promoção de uma política econômica irresponsável e a gastança desenfreada.

As consequências de tanta ingerência e corrupção são vistas dia após dia pelos brasileiros, como lembrou Marinho. A desindustrialização do país e a derrocada de estatais como Petrobras e Valec, além dos prejuízos bilionários em fundos de pensão controlados por petistas, são alguns dos exemplos citados pelo deputado, que lembrou ainda o caos promovido no setor elétrico, que teve Dilma como ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Marinho criticou o discurso propagado aos quatro ventos por petistas de que o impeachment seria um golpe e de que a presidente não teria cometido crime. Segundo ele, esse é um mantra cantado pelos governistas que não têm como explicar os malfeitos de Dilma. Mas foi o governo do PT o responsável pelo maior esquema de corrupção da história do Brasil. Em sua avaliação, apoiadores de Dilma acreditam estar acima das leis e da Constituição Federal, que, inclusive, os petistas votaram contra.

De acordo com o deputado, enquanto repetem a cantiga do golpe, os petistas esquecem-se de falar sobre a situação real de um Brasil, onde a segurança vai de mal a pior, com fronteiras abandonadas e o tráfico fazendo vítimas; uma saúde pública caótica, na qual doenças do início do século XX voltaram a assombrar; e uma educação em frangalhos, com a maioria dos alunos da 5ª série do fundamental ainda analfabetas.

Conforme ressaltou, o impeachment é o instrumento certo para afastar uma presidente que “rasgou a Lei de Responsabilidade Fiscal”, “desrespeita a Constituição”, e  que tem boa parte de seus companheiros de partido presos. Tudo isso, segundo ele, foi feito com o intuito único de manter um projeto totalitário de perpetuação no poder. “Por isso, o impeachment é imperativo. Impeachment já!”, defendeu.

A sessão de discussão do parecer do relator teve início logo depois das 15h. Cada parlamentar inscrito para falar durante o debate pode fazer uso da palavra por até 15 minutos. Dessa forma, a previsão é de que a sessão se estenda até às 4h da manhã deste sábado. O presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF), pretende reabrir a discussão na segunda-feira (11) pela manhã. No final da tarde terá início a votação do texto. A decisão da comissão será apreciada pelo plenário da Câmara, em sessão prevista para ocorrer do dia 15 (sexta-feira) ao 17 (domingo).

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)

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8 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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