Contagem regressiva


Deputados defendem votação do impeachment no dia 17 e direito de manifestação popular

Izalci - LeitãoEm discursos no plenário da Câmara nesta sexta-feira (8), os deputados Nilson Leitão (MT) e Izalci (DF) defenderam que a votação ocorra, dentro dos prazos legais, o quanto antes. Para eles, a Câmara pode funcionar no final de semana e os brasileiros têm liberdade para expressar seus posicionamentos seja qual for o dia em que a decisão ocorra. A expectativa é de que a votação do impeachment em Plenário ocorra no domingo (17), apesar da resistência de governistas, que temem a pressão popular em frente ao Congresso.

Nilson Leitão rechaçou as alegações de governistas de que a votação em um domingo possa provocar conflitos nas ruas. “Agora querem dizer que a sociedade brasileira é baderneira? É óbvio que não. Vai para rua, defender seus direitos e vai se comportar como fez no dia 13 de março, dando o exemplo”, disse Leitão.

Ele citou o exemplo dessa histórica manifestação do mês passado, quando cerca de seis milhões de brasileiros foram às ruas e protestaram contra o governo sem que houvesse nenhum conflito. Nilson Leitão citou ainda que logo depois do anúncio de que o ex-presidente Lula seria nomeado para a Casa Civil, milhares de pessoas foram até o Palácio do Planalto protestar, sem incidentes.

INCITAÇÃO À GUERRA

O parlamentar alertou que, se existe algum risco, ele parte dos apoiadores radicais do governo. Segundo afirmou, integrantes da base do governo e aqueles que não concordam com a saída da presidente têm declarado à imprensa ou dito em seus discursos que pode até haver morte. “Há sim ameaças contra deputados e até de invadir gabinetes”, disse ele, reiterando que há organizações, a exemplo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento Sem Terra (MST), que estão ameaçando a população e utilizam o Planalto como um ‘quartel general de guerra’.

Em resposta aos que acusam de casuísmo a decisão de votar o impedimento da presidente no domingo, Nilson Leitão contesta: “Casuísmo é vender cargo, vender a República, vender ministérios. Casuísmo é trocar o poder pela dignidade e pela honra”. O tucano se referiu às atitudes do governo de entregar cargos em ministérios em troca de apoia à manutenção de Dilma no poder.

Para o tucano, se o evento ocorrer no domingo será muito bom porque os 80% de brasileiros que aparecem em pesquisas como favoráveis ao impeachment da presidente poderão acompanhar a votação e se manifestar. “É o assunto mais importante da década e das próximas gestões, pois representará um corte para um novo Brasil”, disse.

Já Izalci alertou para a cooptação de deputados pelo governo para votarem contra o impeachment. Segundo ele, essa é uma situação preocupante. O tucano afirmou que o ex-presidente Lula é o responsável por essa articulação. Na avaliação do congressista, os que não comparecerem à votação porque cederam à pressão do Planalto devem ser reconhecidos pela sociedade como coniventes com o governo e com suas irregularidades.

O deputado do DF também afirma não ver nenhum problema no fato de a Câmara funcionar no final de semana para votar o impeachment. Conforme ressaltou, não há nenhuma restrição legal para isso e é urgente que essa questão seja resolvida logo. “A forma de resolver os problemas da economia é com o afastamento da presidente”, disse, após ressaltar que está constatado que houve crime de responsabilidade por parte de Dilma.

Pelo prazo previsto no regimento interno da Câmara, depois que o parecer for votado na Comissão Especial do Impeachment, previsto para a segunda-feira (11), ele será lido na sessão ordinária seguinte da Casa. Após a leitura, o documento será encaminhado para publicação no Diário do Congresso Nacional do dia seguinte; 48 horas depois da publicação, inicia-se a discussão e votação do pedido de impeachment. Dessa forma, a previsão é de que a sessão de votação tenha início na sexta-feira (15). A discussão pode durar até três dias já que todos os parlamentares podem se manifestar e, por isso, o texto deve ser votado, de fato, no domingo (17).

(Reportagem: Ana Maria Mejia e Djan Moreno/ fotos: Alexssandro Loyola)

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8 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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