Prejuízo anunciado


Petrobras foi irresponsável ao aprovar empreendimentos sem viabilidade econômica, diz tucano

A notícia de que a Petrobras aprovou investimento de US$ 26 bilhões em uma refinaria e dois polos petroquímicos mesmo sabendo que jamais dariam retorno apenas comprova a ineficiência e irresponsabilidade do governo do PT, e especificamente da presidente Dilma que, nesse período, era 7451418054_8d871bebac_za presidente do Conselho de Administração da Petrobras e também foi a coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “É mais um cadáver desenterrado, pois o PT foi muito eficiente em desmantelar e sucatear a maior empresa que o Brasil tinha”, disse o deputado Rogério Marinho (RN) ao comentar a notícia divulgada pelo jornal Valor Econômico nesta quinta-feira (7).

Para ele, o impeachment faz-se imperioso , já que esse é apenas mais um exemplo da necessidade do Brasil virar essa página infeliz da história que começou com o governo do presidente Lula. Segundo Rogério Marinho, o ex-presidente é o grande comandante desse processo, e agora está nesse desgoverno do PT, capitaneado pela presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o jornal, documentos sigilosos da Petrobras mostram que desde os primeiros estudos de viabilidade para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e a Petroquímica de Suape, as avaliações demonstraram os resultados não recompensariam os bilhões investidos.

“Essa notícia confirma agora que a Petrobras, entre outras empresas, foi usada como moeda de troca eleitoral. Para se fazer factoide e promover a corrupção”, disse o deputado. Para ele, a desistência das refinarias Premium I, prometida para o Maranhão, e a Premiun II, para o Ceará, e a paralisação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da refinaria de Pernambuco mostram que houve superfaturamento e criação de factoides. Para isso, foram gastos bilhões em projeto e prospecção.

Em 2013, mesmo com iminente ameaça de que as refinarias Premium tinham 98% de chance de dar prejuízo, a diretoria decidiu seguir adiante. Só em janeiro de 2015, desistiu dos dois empreendimentos, já com prejuízo de R$ 2,8 bilhões.

Segundo Rogério Marinho, esses fatos mostram que a incapacidade gerencial da presidente e o desprezo pela lei viraram tradição. A pior consequência, para ele, está no cotidiano e na vida econômica do país. “Isso cria dificuldades com a imagem do país e a questão da balança de pagamento”, disse ele, para em seguida explicar que, por ser o maior acionista, é o governo quem precisa aportar recursos do Tesouro Nacional para diminuir os prejuízos. “Isso retira dinheiro do mercado para educação, saúde, investimentos sociais”, afirma ele.

Em 2007, o Comperj e o Rnest foram incluídos no PAC, como política industrial defendida pelos governos de Lula e Dilma. O efeito do volume de recursos investido nesses empreendimentos foi devastador: U$ 46 bilhões haviam sido gastos no final de 2014.

A obra de Abreu e Lima teve a primeira fase concluída e a refinaria está em atividade. A segunda etapa foi paralisada e a Petrobras lançou uma baixa contábil em seu balanço. Já o Comperj nem foi terminado. Em agosto do ano passado, o deputado Otavio Leite (RJ) alertou da tribuna para a gravidade da situação. “Em que pese toda sorte de corrupção – sabemos, assaltaram a Petrobras e geraram problemas sociais e econômicos muito sérios -, eu queria lembrar que essa obra já acumula um prejuízo irrecuperável de 45 bilhões de reais”.

As consequências nas regiões que dependem da economia do petróleo são gravíssimas. No Rio Grande do Norte há 20 mil desempregados por causa da desativação dos poços de ‘onshore’ (em terra), dos trabalhos de prospecção, inclusive nas plataformas marítimas. “Esses cortes, além de afetar a sanidade financeira da empresa, afetam a economia que está no seu entorno”, lamentou Marinho.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)

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7 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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