Coerência


Parecer favorável ao impeachment aumenta pressão pela saída de Dilma, avaliam deputados

26003084210_338f27c883_kDeputados do PSDB que integram a comissão especial do impeachment comemoraram a decisão do relator, Jovair Arantes (PTB-GO), de apresentar parecer favorável à continuidade do processo contra a presidente Dilma. O parlamentar apresentou seu relatório nesta quarta-feira (6) sugerindo a admissibilidade, pelo Senado, da denúncia feita pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.  No texto, Arantes apontou a “magnitude e o alcance das violações praticadas pela presidente da República”.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), avalia que o relatório mostra com clareza os crimes de responsabilidade cometidos por Dilma e os prejuízos provocados. “Economia destroçada, inflação, desemprego, um país sem rumo, uma presidente desenganada que mentiu para os brasileiros. Na próxima segunda, ao ser votado o parecer, tenho convicção de que ele será aprovado na comissão e seguirá para plenário”, declarou.

O deputado Carlos Sampaio (SP), 1º vice-presidente da comissão, disse que o parecer foi a favor do Brasil. “Estamos todos convencidos de que esse governo faz mal ao país. Vamos continuar juntos até o último momento para afastar esse governo corrupto e incompetente do PT”, afirmou.

Após analisar profundamente a denúncia e a defesa apresentada pela presidente Dilma, Jovair Arantes concluiu que as irregularidades cometidas pela petista “constituíram grave desvio dos seus deveres funcionais, com prejuízos para os interesses da nação e com a quebra da confiança que lhe foi depositada”. De acordo com o texto, “tais atos justificam a abertura do excepcional mecanismo do impeachment.”

O deputado Paulo Abi-Ackel (MG) garantiu que, apesar de tenso, o clima na comissão é favorável ao parecer de Arantes. O tucano acredita que os parlamentares indecisos perceberão a consistência do voto do relator, além de sentir nas ruas a pressão popular a favor do impeachment. Advogado por formação, o tucano disse ter “absoluta convicção de que houve crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma, inclusive com a intenção de cometê-lo”.

“A presidente foi notificada pelo Tribunal de Contas da União de que não deveria continuar procedendo com as irregularidades e insistiu nelas”, destacou o tucano, ao reforçar que o crime de responsabilidade é grave e coloca em risco a estabilidade nacional e o futuro da população.

Os deputados Bruno Covas (SP) e Nilson Leitão (MT) destacaram o caminho que será percorrido até que o impedimento de Dilma se concretize. Em vídeos postados em suas páginas no Facebook, os parlamentares destacaram que o parecer apresentado por Arantes tem a função de autorizar o Senado a processar e julgar a presidente.

Devido à previsão regimental de pedido de vistas, o parecer só será discutido após duas sessões da Câmara, ou seja, na sexta-feira (8). Na segunda-feira (11) ocorrerá a votação pelo colegiado e, provavelmente, na outra sexta-feira (15) será iniciada a discussão no plenário da Câmara. Os deputados definirão se o Senado deve ou não instaurar o processo. A aprovação depende do voto de 342 deputados. O deputado Bruno Araújo (PE) disse acreditar que todo o Brasil vai acompanhar a votação.

A deputada Shéridan (RR) alertou que o parecer pela continuidade representa um passo importante rumo à resolução dos problemas do país e que vai ao encontro do desejo da sociedade. “Na minha leitura, o processo de passar o Brasil a limpo começa com o impeachment, apesar de ir 26212532901_898683e759_kalém”, destacou a deputada. Shéridan ressaltou que as ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer não devem ser esquecidas, pois além dos crimes de responsabilidade cometidos pela presidente, há suspeita de irregularidades na campanha.

Prevaleceu a coerência, na avaliação da deputada Mariana Carvalho (RO). A parlamentar afirma que a experiência do relator deu origem a um parecer bem embasado e coerente. “A população não aceitaria que um parlamentar tão experiente não ficasse do lado da verdade, do lado democrático. Seu voto dá um respaldo importante para que as pessoas confiem que essa Casa represente o que a sociedade pensa e faça com que a democracia seja legítima aqui dentro”, avaliou.

O deputado Rocha (AC) disse não restar dúvidas de que houve o cometimento dos crimes apontados na denúncia. “E nem estamos falando do que aconteceu na Petrobras, no BNDES, nos fundos de pensão e tantos outros episódios de corrupção eu envolvem a presidente Dilma. Começamos aqui a passar o Brasil a limpo”, garantiu. O tucano também acredita que o parecer de Arantes terá o apoio necessário para ser aprovado tanto na comissão processante quanto no plenário da Câmara.

Para Rogério Marinho (RN), além de consistente, o relatório se ateve às acusações presentes na denúncia dos juristas e mostra de forma clara que houve crime de responsabilidade. “O texto sinaliza que começamos muito bem esse processo que vai dar fim a esse desgoverno no nosso país”, disse.

Mesmo deputados que não integram a comissão processante fizeram questão de acompanhar a leitura do relatório. Caio Narcio (MG), por exemplo, lembrou pesquisas recentes que mostram 90% da população insatisfeita com o governo. Segundo ele, não é a insatisfação popular que levará ao impedimento de Dilma, e sim os crimes por ela cometidos. “Fica evidente que as pedaladas fiscais foram cometidas, os argumentos da defesa foram insuficientes, a explicação do AGU foi pífia. O crime está estabelecido, aconteceu e é passível de impeachment, conforme o parecer do relator”, avaliou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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6 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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