Clima de revanche


Queremos a saída de Dilma, de Cunha e a continuidade da Lava Jato, afirma Daniel Coelho em resposta a Cardozo

26029689572_161415ccce_zEntre os argumentos do ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), José Eduardo Cardozo, para pedir o arquivamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff está a alegação de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), deu procedência ao processo movido por “vingança” e “retaliação”.

Refere-se o ministro, porta-voz da defesa de Dilma na comissão especial do impeachment, ao fato de o governo não ter agido para impedir que deputados petistas votassem pela abertura do processo de cassação do mandato de Cunha no Conselho de Ética.

Para o vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), esse “clima de revanche” deve se limitar ao PT e PMDB. À oposição, entende o parlamentar, interessa o afastamento de Dilma, a cassação de Eduardo Cunha e, principalmente, a continuidade das investigações da Operação Lava Jato, sem interferência política do governo.

“PT e PMDB são iguais, estiveram juntos, votaram um no outro. Esse é um problema deles. Nós queremos a saída de Cunha, como já defendemos abertamente, a saída de Dilma e que as investigações da Lava Jato continuem. O importante é que haja suporte para o Ministério Público e para o juiz Sérgio Moro continuarem seus trabalhos. E que fiscalizem a todos, do PT ao PSDB. É muito importante que a gente garanta o processo democrático e ele só será garantido se blindarmos as investigações para que elas ocorram sem interferência política, seja desse governo ou de um futuro pós impeachment”, defendeu o tucano.

Daniel Coelho ressaltou a condução democrática que vem sendo adotada pelo comando da comissão especial do impeachment – quando nesta segunda-feira foi dado o direito de ampla defesa à presidente Dilma -, mas reafirmou que o crime de responsabilidade foi cometido pela petista na edição das chamadas ‘pedaladas fiscais’. E tachou a defesa de “mera retórica” quando relaciona tais operações financeiras à manutenção dos programas sociais.

“As pedaladas aconteceram. É retórica dizer que elas estão relacionadas aos programas sociais ou que esse é um debate contra esses programas. Isso tudo não passa de pura retórica. Nós do PSDB defendemos a grande maioria dos programas sociais, com aperfeiçoamento, mas o que está em discussão hoje é se há ou não crime de responsabilidade. É evidente que a o governo tem sua opinião, mas terá que se submeter à maioria porque a gente vive numa democracia e, nela, a maioria do Parlamento é quem faz o julgamento se há ou não crime de responsabilidade”.

(Da assessoria do PSDB-PE)

Compartilhe:
5 abril, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *