Na contramão
Manobras judiciais pró-Lula visam atrapalhar trabalho da Justiça e dar sobrevida a Dilma, avaliam tucanos
As ações mais recentes apresentadas pela defesa do ex-presidente Lula têm como objetivo obstruir a Justiça e dar uma sobrevida ao governo do PT e ao ex-presidente. A avaliação foi feita pelo líder da Minoria na Câmara, Miguel Haddad (SP), e pelo deputado Paulo Abi-Ackel (MG) diante da decisão dos advogados do PT de apelar ao STF para tirar das mãos do ministro Gilmar Mendes todas as decisões judiciais que envolvam o petista. Além disso, querem barrar qualquer decisão do juiz Sérgio Moro sobre Lula até que o plenário do Supremo se manifeste.
Na última sexta, Mendes suspendeu a posse de Lula como ministro da Casa Civil e devolveu para a 13ª Vara Federal, do juiz Sérgio Moro, o poder de decidir sobre o líder petista. “Pedir é obrigação do advogado, mas nós e a maioria da população esperam que o Supremo não reforme a decisão do ministro Gilmar Mendes”, disse Paulo Abi-Ackel. Para ele, é inimaginável que um ministro do Supremo sofrer retaliação por ter agido atento à lei e à Constituição. “A decisão deverá ser mantida pelo tribunal. Tenho forte convicção disso”, afirmou Abi-Ackel.
Nos pedidos, os advogados de Lula e a Advocacia-Geral da União (AGU) recomendam que o relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, assuma o caso. Nesta segunda, o ministro Edson Fachin, que havia sido sorteado para julgar pedido da defesa do ex-presidente, se declarou “suspeito”. Após novo sorteio, a ação foi redistribuída para a ministra Rosa Weber, que pode ser a responsável por analisar a decisão de Gilmar.
Para Miguel Haddad, a motivação de Lula é simples: o juiz Sérgio Moro tem acompanhado as investigações, detém informações importantes, trabalha conjuntamente com o Ministério Público e Polícia Federal e muitos fatos já comprovados poderiam mesmo resultar na prisão do ex-presidente. “É uma demonstração absoluta de preocupação de quem tem o que temer”, disse Haddad. Segundo Haddad, existe uma grande possibilidade da prisão de Lula acontecer. “Ninguém está acima da lei”, alertou, ao ressaltar que há indícios de crimes gravíssimos: corrupção, lavagem de dinheiro e tentativa de obstrução da Justiça.
(Reportagem : Ana Maria Mejia/ fotos: Alexssandro Loyola)
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