Em queda

Brasil precisa virar a página da corrupção para sair do fundo do poço, avalia Baldy

A solução para os problemas econômicos do país passa obrigatoriamente pela melhora da produtividade. No entanto, essa decisão depende de melhor infraestrutura, negócios com regras mais amigáveis e maior eficiência nas fábricas e nos serviços. No entanto, a falta de credibilidade, os escândalos e a falta de perspectiva de melhorias impedem que empresas apostem no país.

Para o deputado Alexandre Baldy (GO), o governo perdeu a capacidade de investir e, com isso, o Brasil chegou ao fundo do poço. Segundo ele, a divulgação do Boletim Focus, do Banco Central, de que 2016 fechará com queda de 3,45% no PIB confirma o tamanho do retrocesso vivido pelo setor econômico nacional. Em 2015, houve crescimento negativo de 3,8% e, se confirmada essa perspectiva, serão dois anos de perdas.

“Essa diminuição pelo segundo ano consecutivo comprova a recessão econômica, com aumento nos números negativos: desemprego, queda de consumo e principalmente de poder aquisitivo das famílias brasileiras”, afirma ele, reiterando que a conta desse desgoverno já está sendo paga pelo povo brasileiro.

Diante do imobilismo do governo e do empresariado, que perdeu a confiança de qualquer melhora, em curto prazo, na situação fiscal do país, a possibilidade de haver uma troca de governo já faz o mercado reagir com otimismo. “Só a notícia de uma possível saída da presidente Dilma já faz o mercado reagir de forma positiva e como uma possibilidade de que essa página seja virada, a página da recessão”, diz o parlamentar.

O descompasso entre arrecadação e gastos do governo precisa ser acertado. Isso exigiria, na avaliação do tucano, medidas austeras de controle de gastos, o que tem sido desconsiderado pelo governo que aposta na criação de novos impostos. Na opinião dele, cada notícia de escândalo recebe uma reação positiva do setor produtivo. “Há uma clara percepção de que a página virada de um governo do PT seria uma bela saída para que o Brasil pudesse se recuperar e buscar diretrizes e caminhos para voltar a crescer e gerar empregos”, afirma ele.

Baldy avalia ainda que a recuperação econômica não será fácil. O Brasil sofrerá as consequências desse desgoverno, por um bom período, sem chance de recuperação em médio prazo. “O setor produtivo, seja na indústria, no comércio, que gera emprego, está desencantado e apenas a saída da presidente Dilma surge como um alento para a melhora no ambiente econômico”.

Alexandre Baldy diz ainda que a decisão de manter a taxa de juros em alta atrapalha, e muito, o setor produtivo. “Com uma taxa de juros tão absurda, o empresário perde a capacidade de investir”, afirma ele, destacando que esse mecanismo também foi descartado como controle de inflação. Para ele, hoje uma das maiores causas da inflação são os preços administrados, a exemplo da energia elétrica.

(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)